Na busca por resultados práticos e mais próximos das especificidades de sua propriedade, produtores abrem as porteiras de suas fazendas para experimentos de instituições pesquisas agropecuária, universidades e empresas privadas. Entre as vantagens estão a maior proximidade com pesquisadores e o fato de não necessitar fazer adaptações de cada método realizado em outros viveiros isolados para sua área.
A Fundação ABC, em Castro, que tem um grupo de pesquisadores em áreas como fertilidade dos solos, fitotecnia, herbologia, fitopatologia, mecanização agrícola, e agrometeorologia, faz esse tipo de parceria. Para atender cooperados da Castrolanda, Frísia e Capal, além dos cinco campos experimentais de 313 hectares mantidos pela própria entidade, há associados que cedem áreas particulares para pesquisas. Dependendo da natureza do estudo, são necessários de três até 30 hectares.
Há mais de 15 anos, o produtor Willen Bouwman, proprietário da Estella Alba Agropecuária, em Castro, participa desses projetos com a Fundação. “São principalmente experimentos de controle integrado de pragas e doenças. Eles conduzem os trabalhos de manejo e a colheita da área vem para mim”, conta. Para Bouwman, os benefícios colhidos em sua fazenda se estendem aos produtores de toda a região. “É uma vantagem da cadeia toda”, diz.
Ely de Azambuja, que atua na produção de sementes na Fazenda Mutuca, em Arapoti, procura manter contato com pesquisadores e participa de congressos da área. Segundo ele, manter a propriedade aberta para pesquisas elimina a necessidade de testes adicionais na hora de implementar a tecnologia em lavouras comerciais. “O benefício é que o resultado é extremamente melhor e mais barato. Eu tenho o resultado mais concreto porque é dentro da minha casa”, diz.