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Entre 50% e 60% do leite cru que abastece a UBL de Itapetininga, no interior de São Paulo, são produzidos no Paraná. | Josué Teixeira / Gazeta do Povo
Entre 50% e 60% do leite cru que abastece a UBL de Itapetininga, no interior de São Paulo, são produzidos no Paraná.| Foto: Josué Teixeira / Gazeta do Povo

Referência na produção de leite no Brasil, os produtores dos Campos Gerais abastecem não apenas as três plantas industriais instaladas na região, como produzem volume suficiente para fornecer matéria-prima para indústrias de outros estados. A Castrolanda, por exemplo, chega a enviar entre 25% e 30% de sua produção diária de leite cru para São Paulo. Todos os dias, cerca de 500 mil litros do alimento pegam a estrada rumo a Itapetininga, numa viagem de 300 quilômetros para abastecer Usina de Beneficiamento de Leite (UBL) que a cooperativa de Castro mantém no interior paulista em conjunto com Frísia e Capal.

Inaugurada no final do ano passado, a UBL de Itapetininga tem capacidade para industrialização de 2 milhões de litros de leite por dia, mas hoje beneficia de 800 mil a 1 milhão de litros diariamente. As obras da primeira fase da unidade paulista, fruto de um projeto de intercooperação entre as cooperativas do ABC, receberam investimento de R$ 65,082 milhões. “Trabalhando sozinhos, sendo pequenos, há mais dificuldade de competir no mercado, por isso o trabalho conjunto”, explica o gerente de Negócios de Leite da Castrolanda, Henrique Junqueira.

Como o volume de leite cru captado em São Paulo ainda é pequeno, entre 50% e 60% da demanda da planta paulista são abastecidos com matéria-prima paranaense. “Do ponto de vista logístico, [percorrer longas distâncias] não é um problema, porque amplia o mercado consumidor para o leite produzido aqui”, explica Jun­queira. Segundo ele, o objetivo da cooperativa é ampliar o volume produzido localmente através de convênios operacionais como ocorre no município de Avaré, num negócio que envolve a gestão de uma cooperativa, mas sem industrialização do produto.

Contorno de Jaguaraíva deve ser concluído ainda este ano.Divilgação / CCR RodoNorte

Estradas

Para garantir o transporte dos milhões de litros de leite que seguem para São Paulo toda semana, a estrutura das rodovias é fundamental. A finalização das obras de duplicação no trecho que liga os Campos Gerais paranenses até Itapetininga deve facilitar a logística de escoamento. Na PR-151, as obras começaram em março de 2014 e devem ser finalizadas em 2018. O entroncamento de Jaguariaíva, que vai interligar as rodovias PR-151 – trecho entre Piraí do Sul, Jaguariaíva e Sengés – e a PR-092 – entre Jagua­riaíva e Arapoti – deve ser concluído ainda neste ano. Em seguida, um trecho de 40 quilômetros entre Jagua­riaíva e Piraí do Sul receberá pista dupla, numa obra com investimento estimado em R$ 21 milhões, segundo a CCR Rodonorte, concessionária que administra o trecho. Mas, mesmo com a conclusão das duplicações, restarão 52 quilômetros de pista simples até a divisa com São Paulo.

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