Referência na produção de leite no Brasil, os produtores dos Campos Gerais abastecem não apenas as três plantas industriais instaladas na região, como produzem volume suficiente para fornecer matéria-prima para indústrias de outros estados. A Castrolanda, por exemplo, chega a enviar entre 25% e 30% de sua produção diária de leite cru para São Paulo. Todos os dias, cerca de 500 mil litros do alimento pegam a estrada rumo a Itapetininga, numa viagem de 300 quilômetros para abastecer Usina de Beneficiamento de Leite (UBL) que a cooperativa de Castro mantém no interior paulista em conjunto com Frísia e Capal.
Inaugurada no final do ano passado, a UBL de Itapetininga tem capacidade para industrialização de 2 milhões de litros de leite por dia, mas hoje beneficia de 800 mil a 1 milhão de litros diariamente. As obras da primeira fase da unidade paulista, fruto de um projeto de intercooperação entre as cooperativas do ABC, receberam investimento de R$ 65,082 milhões. “Trabalhando sozinhos, sendo pequenos, há mais dificuldade de competir no mercado, por isso o trabalho conjunto”, explica o gerente de Negócios de Leite da Castrolanda, Henrique Junqueira.
Como o volume de leite cru captado em São Paulo ainda é pequeno, entre 50% e 60% da demanda da planta paulista são abastecidos com matéria-prima paranaense. “Do ponto de vista logístico, [percorrer longas distâncias] não é um problema, porque amplia o mercado consumidor para o leite produzido aqui”, explica Junqueira. Segundo ele, o objetivo da cooperativa é ampliar o volume produzido localmente através de convênios operacionais como ocorre no município de Avaré, num negócio que envolve a gestão de uma cooperativa, mas sem industrialização do produto.
Estradas
Para garantir o transporte dos milhões de litros de leite que seguem para São Paulo toda semana, a estrutura das rodovias é fundamental. A finalização das obras de duplicação no trecho que liga os Campos Gerais paranenses até Itapetininga deve facilitar a logística de escoamento. Na PR-151, as obras começaram em março de 2014 e devem ser finalizadas em 2018. O entroncamento de Jaguariaíva, que vai interligar as rodovias PR-151 – trecho entre Piraí do Sul, Jaguariaíva e Sengés – e a PR-092 – entre Jaguariaíva e Arapoti – deve ser concluído ainda neste ano. Em seguida, um trecho de 40 quilômetros entre Jaguariaíva e Piraí do Sul receberá pista dupla, numa obra com investimento estimado em R$ 21 milhões, segundo a CCR Rodonorte, concessionária que administra o trecho. Mas, mesmo com a conclusão das duplicações, restarão 52 quilômetros de pista simples até a divisa com São Paulo.