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Produtores Nicaretta e Nicoletti conferem lavoura de soja em Roraima. Oleaginosa segue mais rentável que o milho em todo o Brasil | Giovani Ferreira/gazeta Do Povo
Produtores Nicaretta e Nicoletti conferem lavoura de soja em Roraima. Oleaginosa segue mais rentável que o milho em todo o Brasil| Foto: Giovani Ferreira/gazeta Do Povo

Nos últimos anos, foi a empolgação com a soja que determinou a expansão da safra de verão. A oleaginosa tirou área de seu principal concorrente, o milho, e de praticamente todas as outras culturas da estação. Agora, é a decepção com o milho – ante a queda de 20% nas cotações internas durante a safra de inverno – que tende a abrir caminho para a oleaginosa. A soja mostra-se menos lucrativa mas, ainda assim, mais viável, apontam os analistas.

O quadro depende do volume de milho que o Brasil vai exportar neste ano. Na avaliação dos técnicos que participam da Expedição Safra Gazeta do Povo, apesar de os embarques ainda estarem abaixo de 6 milhões de toneladas, o país tem condições de remeter ao exterior 17 milhões de toneladas. Mesmo assim, os estoques finais subiriam da casa de 8 milhões para a de 15 milhões de toneladas, ampliando a pressão sobre os preços. Somente uma elevação na cotação do dólar seria capaz de rebater esse efeito, o que é considerado improvável até as eleições, em outubro.

“O quadro não deve se definir antes de o produtor decidir a área do milho e a da soja. Essa queda no preço vai influir no plantio, colocando o cereal novamente em desvantagem”, afirma o analista Robson Mafioletti, agrônomo da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) e consultor da Expedição Safra.

O analista da Conab Eugênio Stefanelo, doutor em agronegócio que estudou os programas de garantia de preços mínimos, afirma que o governo terá de entrar com força no mercado para sustentar as cotações do milho. Ele considera que o cenário que predominou nas últimas duas safras – após a quebra climática histórica que esvaziou os estoques do cereal nos Estados Unidos e abriu caminho para o Brasil exportar mais – não se repetirá tão cedo.

“Depois da seca, os Estados Unidos saíram de uma média de exportação acima de 40 milhões de toneladas de milho para 18 milhões de toneladas, mas agora estão voltando à normalidade”, pontua. “Seria ótimo se o Brasil conseguisse continuar exportando 20 milhões de toneladas por ano, mas por enquanto será necessário nos adequarmos a um embarque menor.” Além do clima, um fator que pode aliviar esse quadro é a redução das exportações da Ucrânia, terceiro fornecedor mundial.

O 11.º levantamento da Conab sobre a safra 2013/14 sai sexta-feira (7). O documento deve confirmar safra de milho de 78 milhões de toneladas (inverno e verão) e terá de elevar os estoques de passagem (estimados em 12,5 milhões de toneladas) caso os técnicos reduzam as exportações (ainda em 21 milhões de toneladas).

Colaborou Luana Gomes.

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