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Jan Willem e Milenne Pontes Wolthuis:  vínculo com cooperativa de turismo impulsionou a demanda no Hotel De Klomp, em  Carambeí. |
Jan Willem e Milenne Pontes Wolthuis: vínculo com cooperativa de turismo impulsionou a demanda no Hotel De Klomp, em Carambeí.| Foto:

Fortemente vinculado ao campo, o cooperativismo tem impulsionado negócios muito além do ramo agropecuário. Atividades como turismo, transporte, e até mesmo energia compõem o rol de 13 setores que viabilizam empreendimentos construídos sob os preceitos da cooperação. A filosofia é a mesma reinante no campo: busca de benefícios mútuos e consolidação de economias de escala para reduzir custos.

INFOGRÁFICO: Veja quais são os setores cooperativistas que mais faturam no Paraná

“A formação de grupos cooperativistas sempre ocorre para suprir alguma necessidade existente na área”, explica o gerente técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Flávio Turra. É o caso da Cooperativa de Eletrificação e Desenvolvimento Econômico de Marechal Cândido Rondon (Cercar). Criada em 1973, tinha o objetivo de garantir o acesso à eletricidade na zona rural do município.

Conforme explica o gerente do empreendimento, João Pletsch, o modelo se popularizou nos anos 70 porque o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) só financiava investimentos desse gênero para o setor privado. “Compramos energia mais barata e vendemos ao preço de mercado. A diferença fica para a cooperativa”, explica. Hoje, com 1,8 mil associados, a Cercar possui até uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH), construída aproveitando parte do faturamento anual.

A participação desses setores no bolo cooperativista ainda é tímida se comparada aos ramos do agronegócio e de crédito. Mesmo assim, explica Turra, o sistema consegue potencializar negócios por meio da força coletiva. Em Carambeí (Campos Gerais) é o setor de turismo que aproveita as vantagens do modelo. A Cooperativa Paranaense de Turismo (Cooptur) nasceu há 11 anos e terminou 2014 com 80 associados e faturamento de R$ 1 milhão. Atuando em 18 cidades do Paraná, a Cooptur cria roteiros de viagens que contemplam os sócios, que vão de hotéis a museus. “Com uma operação enxuta, estamos conseguindo gerar demanda turística para o interior do Paraná. Se não tivéssemos uma estrutura cooperativa, teríamos fechado há muito tempo”, destaca o vice-presidente Márcio Canto de Miranda.

Para cooperados como Jan Willem Wolthuis, o modelo só traz vantagens. Dono do Hotel De Klomp, em Carambeí, ele revela que o vínculo com a Cooptur impulsionou os negócios. “Estou com 38 apartamentos e estamos ampliando a estrutura com 25 novos quartos”, conta.

O modelo cooperativista também atrai associados que buscam credibilidade junto ao sistema, defende a presidente da cooperativa Aerotaxi, Iara Dina Follador Thomaz. Oficializada desde 1991, a cooperativa reúne 149 motoristas. A operação se concentra no transporte de passageiros que deixam o aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba), mas também contempla o frete de pequenas cargas.

R$ 4,2 bilhõesforam faturados em 2014 pelos sete setores coorporativistas que atuam fora dos segmentos de crédito e agropecuária.

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