A visão de longo prazo do setor cooperativista não se restringe apenas a investimentos na infraestrutura de produção e processamento. A qualificação de funcionários e a formaçãode novas lideranças têm consumido uma parcela crescente dos recursos do setor. Com negócios cada vez mais complexos, grande movimentação financeira e um número crescente de funcionários, as cooperativas se organizam mirando uma gestão profissional e manutenção da competitividade frente às demais empresas.
Só a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) investiu em 2014 R$ 77 milhões em ações deste gênero, por meio do seu braço direcionado à qualificação, o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop). Na visão de quem está no comando, não há como ser diferente.
“Não estamos falando de empresas pequenas, então os líderes precisam ter visão estratégica e conhecimento profundo sobre como administrar o negócio. Isso exige tempo, qualificação e confiança”, defende Dilvo Grolli, presidente da Coopavel, de Cascavel, na Região Oeste do Paraná.
O esforço do setor se concentra em duas frentes: qualificação técnica e busca de novos líderes. A gama de atividades é ampla, e inclui viagens ao exterior, cursos de especialização e mestrado e encontros regionais. Para o coordenador da Comissão de Cooperativas do Instituto Brasileirode Governança Corporativa (IBGC), José Luiz Munhós, a busca por novas lideranças precisa ser prioridade.
“Nem sempre as pessoas mais preparadas tecnicamente são as mais aptas a participarem do processo de sucessão”, aponta.
Um dos focos na preparação é a inserção de jovens dentro da cooperativa. Muitas vezes isso começa ainda no campo, com os filhos atuando na operação das fazendas dos associados. É o caso da família Nis, de Candói (Centro-Sul). O patriarca, Arnaldo, é associado da Coamo (Campo Mourão) e conta com o apoio dos filhos Everton, Eder e Edenilson para gerir o negócio de 460 hectares, onde é feito o plantio de soja, milho, feijão e trigo. “A intenção para o futuro é continuar no campo. Vamos nos ajudando, dividindo tarefas sempre que é preciso”, conta Eder.
Para Munhós, essa estratégia favorece a formação gradual, já que a troca de comando dentro das cooperativas leva mais tempo do que em empresas privadas, devido a fatores como complexidade da atividade e confiança dos associados. “É uma habilidade que os grandes líderesprecisam ter. Querendo ou não, eles precisam buscar sucessores, porque em algum momento eles serão substituídos”, resume.
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