Região de Ponta Grossa concentra 37% das florestas plantadas do Paraná. Produção tem participação expressiva no VBP.| Foto:
Mais de 80% da produção paranaense de madeira estão na Região Centro-Sul. 
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O agronegócio dos Campos Gerais ganha força indo muito além de lavouras, pastos e granjas. Impul­sionada pela proximidade com as indústrias, a região assume participação expressiva na área dedicada ao plantio florestal, consolidando um dos maiores polos produtores de pinus no país. O quadro gera efeito econômico, e o setor assume 10% de participação no Valor Bruto da Produção (VBP) regional, ante média de 6% no Paraná, aponta a Secretaria Estadual da Agricultura e do Abaste­cimento (Seab).

Considerando apenas os 18 municípios que formam o núcleo regional de Ponta Grossa (conforme delimitação definida pela Seab), o plantio florestal soma 393 mil hectares, ou 37% de toda a área estadual. Em um corte mais abrangente, que contemple toda a região Centro-Sul, o cultivo totaliza 613 mil hectares, ou 83,5% de toda a madeira produzida no Paraná.

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A concentração está relacionada tanto a condições favoráveis de produção quanto ao contexto histórico da região, aponta o diretor da consultoria Consuflor, Marcio Funchal. O crescimento também levou à região uma parcela expressiva das indústrias de papel e celulose e de derivados da madeira, conforme levantamento da Indústria Brasileira de Árvores (IBA), entidade nacional que representa o segmento. Para Funchal, isso ajudou a inserir o produtor rural dentro da cadeia de produção. “Hoje as indústrias não conseguem utilizar 100% de matéria-prima própria. Há muitos agricultores que estão incorporando a produção florestal e se tornam fornecedores”, pontua. Sistemas como a integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) tentam dar viabilidade a esse modelo no campo.

Vantagem nacional

O desempenho favorável dos Campos Gerais expressa as vantagens competitivas da produção nacional, conforme avaliam especialistas. Dados da IBA indicam que a produtividade média do pinus no país é de 31 metros cúbicos por hectare/ano. O número supera com folga o rendimento de países como Estados Unidos (14 m³/ha/ano), China (18 m³/ha/ano) e Austrália (16 m³/ha/ano).

O ganho só não é melhor aproveitado devido aos altos custos logísticos no transporte rodoviário e portuário. “A produção florestal brasileira é até mais competitiva do que a soja em termos de tecnologia e rendimento. Nosso desafio é não perder essa vantagem na exportação”, aponta o diretor da Tree Florestal, Marco Tuoto.

Investimentos bilionários dão novo impulso à região

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O movimento se repete nas cidades vizinhas, com projetos já consolidados ou em execução. Só nos projetos do programa de investimentos Paraná Competitivo, que concede benefícios fiscais, é possível identificar investimentos na região de Jaguariaíva (Arauco), Ponta Grossa (Masisa) e Piraí do Sul (Iguaçu Celulose). A maioria deles prevê a ampliação dos parques fabris, gerando reflexo direto na demanda por madeira.

463 milhões de haé a área que as florestas ocupam no Brasil, a segunda maior cobertura florestal do planeta. Menos de 10% desta extensão são de produção comercial. PR concentra o maior plantio florestal de pinus, com 42% do total, e é o oitavo no ranking do eucalipto, com 4%.