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Porto Velho (RO) movi­menta 4,5 milhões de toneladas ao ano. Ampli­ação promete duplicar o fluxo 
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Durante mais de uma década, o setor portuário brasileiro não realizou os investimentos em modernização para acompanhar o ritmo frenético de crescimento da produção de grãos no país. Os resultados desta inércia são as extensas filas de caminhões, os engarrafamentos de navios e a baixa capacidade de exportação da maioria dos terminais públicos do Centro-Sul.

Porto Velho (RO) movi­menta 4,5 milhões de toneladas ao ano. Ampli­ação promete duplicar o fluxo 
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Apesar dos pacotes emergenciais do governo para combater os gargalos logísticos, são os terminais do Arco Norte – portos desde Porto Velho (RO) até São Luís (MA) – que devem fazer a diferença nas próximas safras.

“A tendência é que a safra do Centro-Norte saia por lá mesmo e desafogue as exportações do Centro-Sul”, ressalta o consultor Luiz Antonio Fayet. Para Nilson Hanke, assessor da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), “é inevitável que ocorra desenvolvimento em várias regiões. Mas longe de pensar que [os portos do Arco Norte] vão substituir Paranaguá e Santos. Sempre terão espaço por vários fatores, como localização geográfica, que permite ao caminhoneiro voltar cheio”.

De acordo com a Confederação Nacional de Agricultura (CNA), os seis terminais da região irão atingir a capacidade operacional de 50 milhões de toneladas até 2020. Atualmente, apenas três unidades – Itacoatiara, no Amazonas, Santarém, no Pará, e Itaqui, no Maranhão – estão em atividade, operando 10,8 milhões de toneladas. Com o início das atividades dos terminais de Outeiro e Terfron, em Belém, e Santana, no Amapá, ainda este ano, a capacidade para safra 2014/15 deve chegar aos 23 milhões de toneladas.

No mês passado, o governo federal instituiu uma série de medidas na tentativa de melhorar o desempenho dos terminais. A Secretaria Especial de Portos (SEP) determinou que os serviços federais instalados em oito portos, como Anvisa, Vigilância Sanitária, Polícia Federal e Ministério da Agricultura, entre outros, operem 24 horas durante os sete dias da semana. Antes, esses órgãos funcionavam apenas em horário comercial.

A lista inclui Santos (SP), Rio de Janeiro (RJ), Vitória (ES), Paranaguá (PR), Suape (PE), Rio Grande (RS), Itajaí (SC) e Fortaleza (CE). A medida já está valendo desde o final de abril para os três primeiros e desde o último dia 3 para os demais. “O setor portuário deve ficar 5% mais ágil”, enfatiza Fayet.

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