Num ano em que a safra recorde de grãos testa os limites da infraestrutura brasileira, a região de Maringá confirma investimentos e entra num ciclo de expansão logística. A localização privilegiada e o fato de a cidade ser cortada por ferrovias e rodovias atrai o setor privado, enquanto o governo direciona recursos específicos para ampliar o potencial do Norte. “A situação da região não é ideal, mas é confortável em relação a outros estados”, sintetiza Domingos Martins, presidente do Grupo Unifrango. O entrave, diz, fica no custo do pedágio e das dificuldades no acesso ao modal ferroviário.
Apostando na demanda crescente das ferrovias, a Seara, de Sertanópolis (Norte), está construindo um terminal de transbordo em Maringá com capacidade de carregar até 120 vagões de trem em 5 horas. O investimento é de R$ 55 milhões. “A ideia é utilizar o caminhão para os trajetos mais curtos e o trem para os mais longos”, explica Victor Goltz, gerente da companhia. A empresa construiu um terminal semelhante em Itiquira (MT) e também investiu em uma estrutura para agilizar o fluxo no Porto de Paranaguá.
Para o presidente da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Rodrigo Vilaça, os investimentos marcam uma corrida contra o tempo perdido. “O Brasil deveria ter 52 mil quilômetros de malha, o dobro do que existe hoje”, aponta.
Novos investimentos prometem gerar avanços também nas estradas próximas a Maringá. O governo estadual está articulando a duplicação de partes da PR-323 até Guaíra (Oeste). Segundo Rejane Karam diretora Secretaria de Infraestrutura e Logística (Seil), a rodovia não será totalmente duplicada, mas o projeto prevê a preparação dos trechos não duplicados para intervenções futuras. As obras devem começar no ano que vem.
Ferrovias
A construção de novos ramais ferroviários e a reforma dos atuais começam a sair do papel no Norte do estado. Em Maringá, a ligação até Cianorte deve entrar em obras neste esse ano. A América Latina Logística (ALL), detentora da concessão, informa que os trabalhos devem começar em junho, com previsão de conclusão em maio de 2014. O fluxo médio de 10 trens/dia. As principais cargas carregadas são de soja, farelo, açúcar e combustível.
Rejane Karam, da Secretaria de Infraestrutura e Logística (Seil), destaca que os avanços marcam a melhor relação entre o governo e a iniciativa privada. Segundo ela, a integração entre os setores será importante no controverso tema da ferrovia Norte-Sul, planejada para ligar os dois extremos do país. No projeto mais recente, o trajeto não passaria pelo Norte do Paraná. As negociações com o governo federal têm avançado pouco. “Há uma dificuldade de interlocução”, sustenta.
Para Rodrigo Vilaça, da ANTF, caso as obras estivessem avançadas, as dificuldades de escoamento seriam menores. “Se a Norte-Sul já estivesse pronta até onde ela estava determinada, em Anápolis [Goiás], certamente os problemas logísticos seriam minimizados”, diz.
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