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Cesta de frutas: O Noroeste é o pomar do Paraná. Com duas safras ao ano, os parreirais de Marialva são responsáveis por metade da uva que sai de 3,8 mil hectares. A região colhe ainda 83% das 15 mil toneladas de abacaxis e 98% dos 2 milhões de cocos verdes paranaenses. A lista abrange limão (40%) e a melancia (36%). Cruzeiro do Oeste aposta agora no romã, com 40 hectares

O cultivo de laranja do Noroeste do Paraná – aposta de peso para diversificação da renda – esbarra nos preços limitados, mas está diante da oportunidade de ganhar espaço neste mercado, dominado por São Paulo. A juventude das laranjeiras se tornou uma vantagem estratégica para quem enxerga uma reviravolta no longo prazo.

Cesta de frutas: O Noroeste é o pomar do Paraná. Com duas safras ao ano, os parreirais de Marialva são responsáveis por metade da uva que sai de 3,8 mil hectares. A região colhe ainda 83% das 15 mil toneladas de abacaxis e 98% dos 2 milhões de cocos verdes paranaenses. A lista abrange limão (40%) e a melancia (36%). Cruzeiro do Oeste aposta agora no romã, com 40 hectares

A região é responsável por 72,4% da produção de frutas do Paraná, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral). E a laranja – que chegou há duas décadas para substituir o algodão – é o carro-chefe do setor. O Noroeste possui 25,5 mil hectares dedicados à fruta, que rendem 770 mil toneladas ao ano (74% da produção estadual).

As indústrias Citri Agro­indus­trial, Louis Dreyfus Commodities (com duas plantas na região) e Integrada recebem de 80 a 85% da safra estadual, que chega a 20 milhões de caixas de 40,8 quilos ao ano, e produzem suco concentrado -- 95% para Estados Unidos e Europa.

Apesar da importância da laranja em sua cesta de frutas, o Paraná ainda é responsável por menos de 5% dos pomares da região que abrange São Paulo e o Triângulo Mineiro. Os paulistas estão reduzindo a produção em 15%, de 428 milhões de caixas (2011/12) para 364 milhões (2012/13), com os preços em queda e os ataques de greening, doença sem cura temida nos laranjais.

Com pomares mais jovens e um rigoroso controle de pragas, o Noroeste pode aproveitar o clima tropical e o solo arenoso para avançar na atividade, que divide espaço com a pecuária e as lavouras de grãos e mandioca. Para isso, terá de suportar preços praticamente “congelados”. Segundo o produtor e um dos diretores da indústria Citri, Gilberto Pratinha, os R$ 9 por caixa do último ano correspondem à mesma cotação de 2001. Há expectativa de melhora para a próxima colheita, mas poucos arriscam projeções.

Dono de viveiro de mudas, Pratinha afirma que há cinco anos o Paraná erradica mais do que semeia. No ano passado, por exemplo, foram cortados 357 mil pés e plantados 187 mil. Ele prevê uma reação do preço a partir de 2015. “Quem se mantiver na atividade e investir nos pomares vai ganhar dinheiro em poucos anos.” Os produtores precisam se estruturar para não ficarem tão sujeitos ao mercado, aponta o ex-presidente das Centrais de Abastecimento do Paraná (Ceasa) Antonio Comparsi de Mello, que defende a instalação de uma unidade da rede atacadista em Umuarama.

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