Equilibrando-se entre os efeitos positivos e negativos do dólar em disparada, a pecuária de aves e suínos mantém o otimismo para 2015. Começando pelos contras: com a moeda norte-americana valorizada diante do real, a soja e o milho – que compõem a base da alimentação animal e têm seus preços regulados pela Bolsa de Chicago (EUA) – andam mais caros. Além disso, alguns insumos que são importados, como vitaminas e sais minerais, também já foram afetados pela alta do dólar. Isso sem contar os reajustes no combustível e na energia.
Por outro lado, o dólar a mais de R$ 3 estimula as exportações. O setor está empolgado com a possibilidade de ampliar os destinos da carne brasileira. No caso da avicultura, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) divulgou recentemente que o Paquistão – com seus 170 milhões de habitantes – abriu as portas para o frango brasileiro. O setor também pretende aumentar as exportações para a China.
“Estamos apenas esperando a aprovação dos chineses para habilitar novas plantas. Temos várias empresas com condições para isso, principalmente no Paraná”, afirma o vice-presidente de aves da ABPA, Ricardo Santin. “As exportações devem aumentar entre 3% e 4% em 2015. Isso vai nos ajudar a manter a posição de maior exportador de frango do mundo”, ressalta.
Em 2014, o Brasil embarcou, ao todo, 4,1 milhões de toneladas de carne de frango e 505,7 mil toneladas de carne suína. Para a suinocultura, depois de uma baixa no fim do ano, a ABPA prevê que a Rússia deve retomar as importações e a Coreia do Sul também pode abrir seus mercados para o produto brasileiro. Hoje, o Brasil ocupa a quarta colocação no ranking dos principais exportadores mundiais de suínos e, pela estimativa da associação, o volume embarcado deve subir 2,5% neste ano.
Mercado Interno
Ainda que o preço da carne de frango e de porco possa aumentar, por conta da alta nos custos de produção, Santin acredita que o consumo não vá diminuir. Pelo contrário. Com a carne bovina mais cara, aves e suínos tendem a substituir o boi na mesa dos brasileiros. No caso do frango, por exemplo, 70% da produção fica no país para atender à demanda doméstica.