Rodeios serão atração nas três noites que encerram o evento.| Foto:

Foi a partir da terra vermelha do Norte do Paraná que o gado nelore –que começou a ser importado da Índia pelo empresário (e visionário) Celso Garcia Cid, ainda na década de 1950 – se firmou como o principal símbolo da pecuária nacional. Uma terra com vocação para as novidades e que, dos dias 9 a 19 deste mês, pela 55ª vez, se transforma na capital do agronegócio paranaense com mais uma edição da ExpoLondrina.

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Em 2015, após anos de um cenário considerado pouco vantajoso pelos criadores de gado, a pecuária volta a ganhar destaque no campo. A agricultura confirma boa safra, mas preços limitados rebaixam a euforia vivida na última década. Um cenário que determina as discussões da própria feira de Londrina.

Os preços da arroba bovina abrem a semana 20% em patamar 20% acima dos praticados um ano atrás no Paraná. Em Londrina, atingem R$ 145 por arroba. Segundo os analistas, as cotações devem continuar elevadas, beirando os R$ 150.

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Ainda que o número de leilões venha caindo desde o ano passado, pela oferta reduzida de animais, as cotações estimulam os trabalhos de inovação e a ExpoLondrina oferece, além de oportunidades de negócios, uma vitrine de pesquisas capazes de estruturar melhor o setor para uma retomada, sustenta a Sociedade Rural do Paraná (SRP), organizadora da feira.

A partir desta quinta-feira, a exposição traz agenda técnica com temas que vão do manejo das pastagens ao consumo de carne bovina. “A nossa região é altamente tecnológica, aqui nós temos o Iapar, a Embrapa e várias universidades”, pontua o diretor de atividades industriais da SRP, Luigi Carrer. “Com essa variedade, nós tentamos atender todo tipo de produtor”, acrescenta.

Na grade, um dos destaques é o 5.º Simpósio em Produção e Reprodução Animal, que reúne pesquisadores paranaenses e de outros estados. Além de coordenar a atividade, o professor Marcelo Seneda, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), irá apresentar uma palestra sobre a utilização em larga escala de embriões em vitro.

“O Brasil é líder nessa tecnologia, que é usada em outros países como os Estados Unidos. A maior empresa do mundo está situada aqui. Nós vamos mostrar que a seleção tem que ser feita com base nos índices do animal, não na aparência, como era antigamente”, comenta Senada. Para ele, a tecnologia, hoje, é a chave do negócio. “Por causa da competição com a agricultura, muitos criadores saíram da atividade. Então, se a pecuária quiser persistir, tem que ser com base na tecnologia, produzir mais em uma mesma área”, afirma.

“Todo ano nós temos alguma novidade em engenharia genética, biologia. É um perfil da região. Isso desde a época das importações do ‘seu Celso’ [Garcia Cid], que melhoraram muito a qualidade do rebanho”, diz o diretor de pecuária da SRP, Humberto Barros. “Londrina é um centro divisor, foi aqui que surgiram os grandes cruzamentos industriais de raças europeias e zebuínas, com resultado excelente. Hoje, damos continuidade a essa história”, acrescenta.

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