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Suinocultura espera aumentar exportação com abertura do mercado russo

Salto nos custos, problemas sanitários, embargos de compradores e perdas acumuladas. O ano de 2012 traz lembranças amargas à pecuária brasileira. Não se chegou ao volume de exportações esperado e o setor perdeu participação no Produto Interno Bruto (PIB). Passada a tormenta, 2013 vem sendo considerado um ano de revisão de planos e de retomada do crescimento para suinocultura, bovinocultura e avicultura.

Suinocultura espera aumentar exportação com abertura do mercado russo

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta a pecuária como uma das principais vilãs para que o valor adicionado do campo ao PIB tenha caído 2,3% em 2012. Considerando todos os setores, a riqueza do país cresceu 0,9%. Houve fraca evolução nas exportações de carnes do Paraná. Apesar de um aumento de 8% no volume embarcado, registrou-se alta de apenas 0,14% no valor recebido. A renda das exportações da suinocultura, que teve a maior retração, caiu 13% no estado, sempre na comparação de 2012 com 2011.

O salto nas cotações da soja e milho elevou os custos da ração, com impacto principalmente nas contas da pecuária do primeiro semestre do ano passado. De janeiro a setembro, a saca de 60 quilos da oleaginosa apresentou variação positiva de 74%, ultrapassando a barreira dos R$ 70. No mesmo período, o cereal subiu 10%. Depois do ápice os produtos entraram em queda gradual – hoje a oleaginosa custa menos de R$ 60, enquanto o milho oscila na casa dos R$ 22 por saca.

E o valor pode cair ainda mais, graças à expectativa de safra recorde, uma boa notícia para a cadeia das carnes. “Quanto mais soja e milho, menor será o custo da ração”, confirma Darci Backes, presidente da Associação Paranaense de Suinocultores (APS).

Suínos

A suinocultura consolida recuperação nos primeiros meses de 2013. O quilo da carne teve preço médio de R$ 2,45 em fevereiro, segundo dados da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Sete meses antes, em julho, o valor pago era de R$ 1,52. “O preço subiu porque vários produtores pararam o abate e a oferta diminuiu, gerando uma valorização. Este ano será melhor, sem dúvida”, afirma Backes.

O dirigente sustenta que o desafio agora é manter oferta e demanda equilibradas para evitar novas baixas. “Os produtores ainda estão endividados. Então, o risco agora é de um novo aumento nos plantéis.”

A possibilidade de reabertura do mercado russo promete incentivar os investimentos. O país suspendeu o embargo à carne oriunda dos estados de Paraná, Mato Grosso e Rio Grande do Sul, mas isso ainda não se converteu em aumento no volume de negócios. As importações russas subiram apenas 0,49% em 2012 na comparação com 2011, aponta a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs).

Bovinos

A bovinocultura sofreu um susto no fim de 2012, com a divulgação da morte de uma vaca portadora do agente causador da Encefalopatia Espon­giforme Bovina (EEB), o mal da “vaca louca”. Ocorrido em 2010, na cidade de Sertanópolis (Norte), o caso não caracterizou a ocorrência da doença, mas gerou repercussão internacional. Países como Arábia Saudita, China, Japão, Egito e Jordânia anunciaram embargos ao produto brasileiro. O fato forçou o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a destacar comitivas para visitar as nações que restringiram compras, visando a retomada nos negócios.

Segundo Péricles Salazar, presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos e do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná (Sindicarne), os altos e baixos do setor vão além dos embargos e fazem com que a expansão se torne um desafio. “Há problemas como a logística, tributação e burocracia que impedem um crescimento rápido”, sustenta. Para este ano ele salienta que a preocupação é conter o abate de vacas. “Isso compromete a pecuária no longo prazo, pois diminui a produção de bezerros”, diz.

Aves

O excesso de oferta aliado ao aumento nos custos gerou crise no setor da avicultura. No primeiro semestre de 2012, o quilo do frango vivo oscilou entre R$ 1,60 e R$ 2 no Paraná. A reversão veio no final do ano, quando o mercado conseguiu equiparar receitas e despesas – a carne atingiu preço médio de R$ 2,46 em dezembro. De acordo com Domingos Martins, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar), o quadro atual é de estabilidade. “Houve uma desaceleração da produção e o setor agora tem trabalhado no azul”, relata.

Para este ano, a aposta é de aumento no consumo interno. “O Brasil ainda é o maior exportador de carne de frango, mas o crescimento expressivo foi no mercado interno.” Ele também aposta numa queda de custos devido à safra recorde, mas argumenta que se a situação contrária ocorrer, num caso de quebra na produção, o setor está preparado para os desafios.

R$ 86,4 mil foi o valor do animal mais caro negociado durante os leilões da Expolondrina. O preço foi pago pela fêmea Maharash da raça nelore, com 52 meses de idade.

EXPOLondrina

Leilões prometem recuperação

O mercado de leilões também sofreu com os problemas da pecuária em 2012, pelo menos durante a Expolondrina. Na última edição o faturamento caiu 40% comparado com 2011 – a redução foi de R$ 20,5 milhões para R$ 12 milhões. Neste ano, contudo, a organização aposta em uma retomada dos negócios.

Afrânio Brandão, diretor de pecuária da Sociedade Rural do Paraná (SRP) relata que o tombo da última edição foi um caso particular. “Muitas vezes determinada raça fica com o preço sobrevalorizado, o que afeta o volume total de negócios”, explica. Por essa razão, ele acredita que o desempenho dos leilões em 2013 pelo menos se mantenha próximo ao do último ano.

Para os doze dias de feira estão programados mais de 20 certames, com predomínio no comércio de bois e cavalos. O valor dos animais exige cuidados sanitários. “O controle é rigoroso, pode haver risco”, complementa Brandão (IC).

Serviço:

A programação completa dos leilões pode ser acessada em www.expolondrina2013.com.br.

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