O aumento da produção de grãos na América do Sul tende a ocorrer mais pela superação das marcas de produtividade em áreas consolidadas do que pela expansão das lavouras, registra a Expedição Safra Gazeta do Povo, que nesta temporada acrescentou o Uruguai à série de roteiros cumpridos anualmente no Brasil, Argentina e Paraguai. O rendimento aumenta até 10% em áreas que inovam no sistema de manejo ou que adotam novas tecnologias.
As várzeas situadas na fronteira do Brasil com o Uruguai são um exemplo emblemático. Produtores de arroz gaúchos e uruguaios colhem 2,7 mil quilos de soja por hectare em terras que eram consideradas inaptas para o cultivo da oleaginosa. E, nas coxilhas que cercam essas zonas inundadas, as marcas passam de 3 mil kg/ha. Isso em fazendas que não alcançavam 2 mil kg/ha cinco anos atrás. E essas novas marcas acabam abrindo espaço para a soja, numa relação de sinergia, relata o brasileiro Aquiles Stefanello, agricultor no Uruguai.
As expectativas são de produtividade cada vez maior também entre os produtores que adotam sementes resistentes a insetos e tolerantes a glifosato. Mesmo em regiões do Brasil consideradas altamente produtivas. Os multiplicadores de sementes aderiram ao cultivo de variedades que carregam essas tecnologias e dizem que haverá insumo para mais que dobrar os 2 milhões de hectares de lavouras comerciais desta temporada. A nova soja começa a ser anunciada na Argentina e no Paraguai.
As marcas acima de 3 mil quilos por hectare só devem ser derrubadas por problemas climáticos. As últimas previsões, no entanto, indicam que há 50% de chance de 2014/15 contar com El Niño, fenômeno que favorece o rendimento das lavouras no Hemisfério Sul.
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