Terceiro maior exportador de alimentos do mundo, o Brasil é o país que tem mais condições de ampliar produção e atender à crescente demanda, conforme a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Na última safra, de fato, avançou sete anos em um. Pelo menos na comparação do volume da colheita de soja e milho com as previsões oficiais.
Na temporada 2011/12 o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) lançou um estudo que previa que a produção brasileira de soja e milho cresceria em média 2% ao ano em uma década, chegando a 159,3 milhões de toneladas no ciclo 2021/22. Apenas um ano depois, na temporada 2012/13, a safra nacional dos dois grãos alcança a marca de 155,2 milhões de toneladas – 81,6 milhões de toneladas de soja e 73,6 milhões de toneladas de milho, conforme estimativa da Expedição Safra Gazeta do Povo.
Para bater a meta oficial, faltam apenas 4 milhões de toneladas. Na temporada atual, a produção brasileira de soja e milho avançou de uma vez só, 15 milhões de toneladas.Além de produzir mais, o Brasil ocupa posição de destaque no mercado internacional. Depois de assumir, na safra passada, a liderança mundial nas exportações de soja, deve subir ao topo do pódio no mercado de milho neste ano (leia na página 17). Porém, tão difícil do que chegar é manter-se lá.
O momento é uma encruzilhada. Para manter-se competitivo e sustentar a posição de destaque assumida em 2012, o setor terá de vencer uma série de desafios internos, impostos por anos de falta de planejamento e ausência de políticas de longo prazo, dizem os especialistas. “Precisamos pensar não no agora ou daqui cinco anos, mas num horizonte muito maior”, afirma Aedson Pereira, da Informa Economics FNP.
“O campo tem uma capacidade de resposta muito rápida. Mas a logística, que envolve armazém, estrada, ferrovia, porto, ficou parada. Isso compromete a competitividade do Brasil”, sustenta Marcos Jank, especialista em agronegócio e bioenergia. “Nossa capacidade de armazenagem e escoamento há anos não acompanha o crescimento da produtividade”, concorda o analista Steve Cachia, da Cerealpar. Pereira avalia que dificilmente a produção brasileira manterá o crescimento exponencial que apresentou nos últimos anos porque não tem suporte logístico para que isso ocorra.
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