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Mesmo com previsão de aumento na produção,  o Brasil continuará dependendo de fornecimento estrangeiro | Marcelo Andrade/gazeta Do Povo
Mesmo com previsão de aumento na produção, o Brasil continuará dependendo de fornecimento estrangeiro| Foto: Marcelo Andrade/gazeta Do Povo

Após temporadas consecutivas de falta de liquidez e preços apertados, a safra de trigo promete bons resultados no Paraná neste ano. Com as cotações sustentadas em R$ 40 por saca desde o ano passado (43% acima da média de 2012) e a expansão de 20% na área de cultivo (para 1,2 milhão de hectares), os triticultores paranaenses esperam que os preços se mantenham até o início da colheita, em agosto. O estado tem mais chances de aproveitar a cotação acima dos custos, por colher primeiro que Rio Grande do Sul, Argentina e Paraguai.

“A safra do Paraná será colhida no momento em que os moinhos e indústrias estarão com necessidade de compra. O preço vai estar bom na hora da liquidez”, aponta Elcio Bento, analista da consultoria Safras & Mercado.

O Paraguai começa a colher cerca de um mês depois do Paraná, em setembro. Rio Grande do Sul e Argentina só disponibilizarão suas produções em novembro. Os triticultores argentinos têm a renda limitada também pelas restrições de Buenos Aires às exportações.

“O Paraná se beneficia de ter colheita precoce, principalmente no Norte do estado. Os produtores podem se antecipar e travar os preços”, diz Gabriel Ferreira, analista de mercado da AF News.

A área nacional destinada ao cereal no próximo inverno deve ficar entre 2,5 e 2,7 milhões de hectares, apontam números oficiais do Rio Grande do Sul e do Paraná, onde muitos produtores migram da safrinha para o trigo. Confirmada essa projeção, o país terá a maior área coberta dos últimos 10 anos – em 2003/04 o país plantou 2,7 milhões de hectares, conforme a Conab.

A produção depende essencialmente do clima, já que o cereal é sensível a chuvas excessivas e às geadas tardias. Porém, com base na estimativa de área, a consultoria Safras & Mercado projeta que o Brasil irá produzir 7,3 milhões de toneladas de trigo, a maior colheita da história.

Caso ocorra, as importações devem ser menores que a produção interna após quatro anos. Historicamente, o país precisa, aproximadamente, de 12 milhões de toneladas para suprir o consumo. Assim, seria obrigado a comprar apenas 5 milhões.

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