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Fórum de Agricultura

A ordem é produzir mais com menos

Com rendimentos comparados aos dos Estados Unidos, lavouras brasileiras de soja evitam maiores quedas na produtividade sul-americana | Hugo Harada / Gazeta Do Povo
Com rendimentos comparados aos dos Estados Unidos, lavouras brasileiras de soja evitam maiores quedas na produtividade sul-americana (Foto: Hugo Harada / Gazeta Do Povo)

A América do Sul precisa usar melhor as tecnologias disponíveis para ganhar em produtividade e evitar desmatamentos. Estudo apresentado pelo representante da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Eco­­­nômico (OCDE) durante o 1.º Fórum de Agricultura da América do Sul mostra que o rendimento médio das lavouras da região está 52% inferior ao seu potencial máximo. Para Alejandra Sarquis, do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agri­­­cultura (IICA), a biotecnologia é uma das principais cartas que o agronegócio sul-americano tem na manga e que pode ser explorada.

Sarquis participou do painel que discutiu tendências da biotecnologia e biossegurança. Ela lembrou que o grupo representado por Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai planta 65 milhões de hectares com sementes geneticamente modificadas. A marca corresponde a 38% da produção mundial (170 milhões de hectares). Os campos brasileiros e argentinos estão entre os mais tecnificados. Já nações como a Bolívia sofrem com a baixa disponibilidade de tecnologias. Atualmente, há apenas uma variedade de soja liberada para plantio no país vizinho.

Espaço aberto

Para o diretor do Departa­­­mento de Agricultura da OCDE, Ken Ash, se os recursos disponíveis para o cultivo de alimentos forem explorados ao máximo, é possível reduzir o atual “gap” de produtividade das lavouras dos seis países. “Se for reduzido em 20% apenas nos países em desenvolvimento a produção mundial de cereais vai crescer 5% e os preços podem cair até 20%”, estima. Além da América do Sul, regiões da África subsaariana e Europa Oriental estão com o maior déficit de produtividade. Na América do Norte, o gap está em 33%, conforme a OCDE.

As legislações vigentes em alguns países do bloco são alguns dos gargalos a serem vencidos. “Os países do bloco precisam ter maior sincronia na aprovação de novas cultivares, para favorecer as exportações”, enfatizou João Antonio Fagundes Salomão, coordenador-geral de Pecuária e Culturas Permanentes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil (Mapa). No caso do Chile, toda a produção é destinada à exportação, já que existem restrições ao consumo interno. “Mas está havendo uma mudança paulatina”, diz Sarquis.

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