| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

O escoamento da produção brasileira de grãos ainda é uma das principais preocupações dos elos da cadeia produtiva do agronegócio. Diante dos gargalos logísticos e da ampliação da produção nacional nas últimas temporadas, existe a necessidade urgente de ampliar a oferta de modais de transporte. Essa foi a principal conclusão do painel “Logística: novas rotas na geopolítica da integração regional”, que faz parte da programação do 3° Fórum de Agricultura da América do Sul, iniciado nesta manhã e que segue até a sexta-feira (13), no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba.

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Atualmente, mais de 80% da safra brasileira de grãos percorre o trajeto das fazendas até os portos encima de caminhões. Esse modal, além de consumir parte do lucro dos produtores, enfrenta problemas de entradas com asfaltos em má condição de conservação e congestionamento nas proximidades dos principais portos.

Para o diretor comercial da South American River Company (Sarcom), o Brasil preciso urgentemente viabilizar o escoamento via hidrovias. “A eficiência fluvial é muito melhor que terrestre. Uma barcaça carrega o mesmo que 80 caminhões”, destaca o empresário Paraguai. “Tomara que a hidrovia seja uma alternativa de exportação para o Brasil em breve”, complementa.

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Ele ainda ressalta que o uso de hidrovias modificou a forma de o Paraguai exportar. “Quando Paranaguá proibiu exportar soja transgênica (em 2003), o Paraguai precisou mudar a sua forma de enviar os grãos para fora. O desenvolvimento de 50 anos das hidrovias aconteceu em 10 anos”, conta Gimenez.

O superintendente da Administração dos Postos de Paranaguá e Antonina (Appa), Luiz Henrique Dividino, faz coro ao colega. “Se a logística não for redescoberta tem que convencer o produtor a parar de produzir.”

O executivo destaque que cada salto de 5 milhões de grãos na safra brasileira, um novo terminal precisaria ser inaugurado em algum porto para viabilizar o escoamento.

Realidade

Enquanto o escoamento via hidrovias não se transforma em realidade no Brasil, existe a necessidade de melhorar a malha rodoviária do país. “Precisamos duplicar 50 mi quilômetros de rodovias. Mas as concessões terão que dar conta disso, pois o governo federal não tem condição de assumir isso”, diz Paulo Resende, coordenador do Núcleo de Logística, Supply Chain e Infraestrutura da Fundação Dom Cabral.