A relação entre campo e cidade sempre foi marcada por informações desencontradas, o que costuma transmitir uma impressão errada sobre o agronegócio, especialmente para a população urbana. Essa situação, e como tentar mudá-la, foi discutida durante o último painel do dia do 6º Fórum de Agricultura da América Latina, que vai até sexta-feira (24) em Curitiba.
Na abertura do painel, o jornalista do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo Marcos Tosi falou sobre a necessidade de se vencer os estereótipos sobre a imagem do homem do campo e trabalhar a coexistência como uma forma de reconhecer que o agro faz parte da vida de todos, seja no campo ou na cidade.
Alejandra Sarquis, secretária-técnica do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), comentou que há uma imagem negativa do campo, que precisa ser trabalhada com informação de qualidade sobre as boas coisas promovidas pelo agronegócio. “Precisamos contar o que estamos fazendo. As pessoas culpam os produtores rurais pelas mudanças no clima, pelo uso de agroquímicos, pelos transgênicos”, elencou.
Ela contou um pouco da experiência do Uruguai, um país com clara vocação agrícola, mas que também enfrenta resistência à imagem do seu agronegócio. Alejandra conta que o país investe em linhas de “agrocultura”, para dar mais visibilidade as oportunidades criadas pelo campo. Segundo ela, é preciso investir no treinamento de professores e levar a informação às crianças e jovens de um modo geral.
Além disso, é preciso fortalecer as instituições, fazer um trabalho interrelacionado entre ministérios do governo, com ONGs e outros organismos internacionais. “O agronegócio tem uma importância e uma responsabilidade cada vez maior”, frisou. “Temos que comunicar de forma clara e simples as coisas boas sobre o agro, principalmente ao público jovem, que tem acesso às informações e conhecimento das novas tecnologias”, completou.
O gerente técnico do IBGE, Antonio Florindo, fechou o último painel do dia destacando informações sobre o censo agropecuário. “O censo trata de questões agrárias, de acesso à terra e sobre as atividades agrícolas”, esclareceu. Segundo ele, há 6,4 milhões de imóveis rurais no país.
Florindo explicou as metodologias utilizadas pelo IBGE no censo e o as informações trazidas pelo cruzamento de micro-dados. Neste ano, o instituto utilizou, por exemplo, tecnologias sofisticadas para fazer o levantamento no meio rural, como smartphones, aplicativos e wi-fi para transmissão em tempo real dos dados.
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