A Conferência de Mercado foi marcada pela análise de dois perfis econômicos: o da demanda - comandada pela China e Índia - e o da oferta, ou seja, a América do Sul. A análise mostra essa demanda mais forte que a estimada antes do Fórum de Agricultura da América do Sul - CAS 2013. Estiveram presentes nos dois dias de evento mais de 300 pessoas de dez países. O Fórum contou com 34 palestrantes.
As discussões contaram com as presenças de Tom Lin Tan, da Hopefull Group da China; Lalit Khulbe, da Índia e diretor da United Phosphoros Limited; Seneri Paludo, diretor da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato); e Célio Porto, ex-secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura do Brasil.
Lin Tan destacou o crescimento econômico exponencial que a China experimentou nos últimos 35 anos devido a grande reforma econômica de 1978. Além disso, recordou a recente reforma econômica e social feita pelo governo chinês há uma semana, que afetará ao país na próxima década, incluindo o setor agrícola. O consultor reforçou que seu país busca uma maior proteção do meio ambiente uma vez que luta contra a pouca disponibilidade de terras e o constante aumento da demanda de alimentos.
A soja é a principal demanda da China, a um ritmo crescente desde 1995. Explicou que o gigante asiático cultiva 50% da produção mundial de carne suína e, por isso, é fundamental o abastecimento de soja para alimentar os animais. Para terminar, disse que "as novas reformas beneficiarão a América do Sul nos próximos 20 anos, já que a demanda chinesa não irá se deter e consideramos a América do Sul como nosso grande provedor".
Khulbe, da United, também destacou as relações com a região ao considerá-la "uma aliada natural da Índia por satisfazer nossa demanda de alimentos e soja".
Ministro da Pecuária, Ag ricultura e Pesca do Uruguai, Tabaré Aguerre destacou a demanda por biocombustível e proteína animal, e o momento que o Cone Sul está passando. "Não vivemos em uma época de mudança, mas uma mudança de época". Sobre isso, exemplifica que a renda dos emergentes cresce mais alta do que a dos desenvolvidos, com a região aumentando a participação de mercado no comércio global de grãos e de carne bovina.
Balanço do eventoGiovani Ferreira, coordenador do Fórum, apontou o grande mercado que os países sul-americanos têm pela frente.
"Percebemos que o desafio é ainda maior do que estávamos imaginando, não apenas com questões como infraestrutura, mas também em entender o mercado. E o evento visou integrar os países da América do Sul no cenário global. Existe uma demanda e existe potencial. O que se espera é que nós, por meio desse debate - que será permanente -, atuemos focado no futuro do agro mundial, em um futuro sustentável".
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