| Foto: JONATHAN CAMPOS/GAZETA DO POVO

O crescimento da população mundial e a mudança dos hábitos alimentares prometem manter a demanda por grãos e carnes em alta nos próximos anos. Segundo especialistas presentes no 4º Fórum de Agricultura da América do Sul, os países da região precisarão ganhar área e, principalmente, produtividade em culturas como o milho e a soja para atender as necessidades do mercado global. O evento, provido pelo Núcleo de Agronegócio Gazeta do Povo, termina nesta sexta-feira (26), em Curitiba.

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Atualmente, o consumo médio de carne bovina por habitante da China é de 10kg. Se os chineses consumissem proteína animal como a União Europeia, seria preciso produzir 25 milhões de toneladas de grãos a mais apenas para transformar em carne. “Para o médio e longo prazo, há uma demanda muito grande, não só de grãos, como de carnes da América do Sul. O consumo mundial de milho deve crescer 2,8% ao ano e o de soja 3,2%”, destacou o diretor de commodities da INTL FCStone, Glauco Monte, durante o painel “Grãos: um mercado da demanda”.

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Segundo o analista da Bolsa de Rosário na Argentina, Guillermo Rossi, que também participou do debate, essa movimentação é resultado do crescimento populacional e do PIB per capita nas principais nações compradoras. “Quando a renda aumenta, primeiro cresce a demanda por calorias e depois por proteína, que é carne, mas também é óleo vegetal. Até 2025 o mercado vai incorporar 200 milhões de consumidores e 95% estarão em países em desenvolvimento”, avaliou Rossi.

Na análise de Monte, países como o Brasil, Uruguai e Paraguai, que ainda conseguem expandir o cultivo, serão fundamentais para suprir as necessidades alimentares do mundo. “Temos efetivamente que continuar crescendo em área e em produtividade, mas precisamos de preço, precisamos manter a rentabilidade da atividade. Se não desenvolverem uma tecnologia que substitua a proteína animal ou o milho e a soja na ração animal, nos próximos cinco e 10 anos, a demanda vai permanecer muito forte”.