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A Conferência de A­­ber­­tura do 1º Fó­­rum de Agri­­cul­­tura da América do Sul traz a Foz do Iguaçu o dire­­tor de Agricultura e Comér­­cio da Organização para a Cooperação e o Desenvol­­vi­­mento Econômico (OCDE), Ken Ash. Na mesa de direção da OCDE, que entre seus 34 membros 31 países desenvolvidos, ele considera que o crescimento da demanda é mais certo que o da produção. Leia os principais trechos da entrevista:

Aos olhos do mercado, a América do Sul já se tornou o maior fornecedor de alimentos do mundo?

A participação da América do Sul na produção mundial tem crescido em todas as principais commodities. Em 2013 está produzindo mais de 20% da oferta global de carne bovina, de frango e rações; mais de 30% das sementes de oleaginosas e etanol e pouco mais de 50% da cana-de-açúcar. O desempenho sul-americano é ainda mais impressionante quando observamos sua participação nas exportações mundiais em 2013: mais de 20% dos grãos in natura, mais de 30% da carne bovina e de frango, 50% do mercado de oleaginosas e mais de 60% de farelos de proteína (ração).

O crescimento da população e do reequilíbrio das economias mundiais sustentam aumento constante na produção agrícola?

O crescimento da população, mas principalmente da renda, é que eleva a demanda por alimentos, por ração e combustíveis. Um aumento equivalente da produção não é garantido, mas certamente espera-se que os agricultores respondam sempre aos preços mais altos. Para a América do Sul, esperamos um crescimento expressivo, tanto na oferta como nas exportações.

Na sua opinião, qual é o papel da agricultura no desenvolvimento econômico e social dos países em desenvolvimento?

O papel da agricultura é importante em todos os países, mas especialmente em economias menos desenvolvidas. Em alguns países, a agricultura proporciona emprego para mais de 50% da força de trabalho e contribui com mais de um quarto do PIB nacional. É ainda mais importante, claro, em muitas comunidades rurais e remotas. Crescimento e desenvolvimento em muitos países decorre essencialmente a partir da agricultura. A responsailidade das políticas públicas é, muitas vezes, resolver os entraves ao desenvolvimento.

Em sua avaliação, qual a importância de debates como os do 1º Fórum de Agricultura da América do Sul?

Países e as famílias agrícolas têm muito mais em comum do que as pessoas podem pensar. Debates que trocam pontos de vista em todo o espectro de interesses, que permitem que as experiências sejam compartilhadas, que permitem aprendizagem mútua, são uma parte importante da cooperação além das fronteiras. Não há riscos em falar e ouvir, são apenas benefícios.

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