No meio da caatinga, o calor é tanto e o ambiente tão inóspito que o trabalho na agricultura familiar desafia a própria resistência humana. Mas ali, em comunidades que usam água de poços artesianos para cultivar cactos e alimentar cabras, surgem estratégias capazes de oferecer mais estrutura ao setor: organização e acesso ao mercado.

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É assim que produtores de leite e de doces à base de frutas como o umbu estão avançando. Num primeiro momento, entidades públicas, privadas e não governamentais facilitam acesso a novas tecnologias e a financiamentos com juros reduzidos.

“Os produtores isolados têm menos condições de preparar projetos ou resolver problemas burocráticos”, aponta Tiago Costa, técnico agropecuário e gestor ambiental que coordena o Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa), que atua na região de Juazeiro, Norte da Bahia.

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Com mais condições para produzir, os agricultores familiares podem elevar a qualidade e a regularidade na oferta de alimentos. E, a partir daí, acessar mercados nunca antes alcançados, defende o especialista.

Experiência da estrada será apresentada em painel do Fórum de Agricultura

A programação do 3.º Fórum de Agricultura da América do Sul – evento que o Agronegócio Gazeta do Povo realiza quinta e sexta-feira, em Curitiba – vai apresentar em detalhes a experiência da Expedição Agricultura Familiar, projeto desenvolvida nos últimos dois meses. Temas levantados em roteiros que somam 17 mil quilômetros por sete estados brasilei

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Quando isso acontecer, será mais fácil encontrar nos supermercados espalhados pelo país leite de cabra e derivados, licores e polpas de frutas da caatinga, carne de bode, vocações do Sertão nordestino.

Curiosamente, esse caminho também é percorrido pelos agricultores de regiões que tentam vencer o amadorismo no Sul do país. A Expedição Agricultura Familiar encontrou em municípios como Rio Azul, no Centro-Sul do Paraná, sistemas de produção dando os primeiros passos.

A vocação local é a produção de tabaco, que envolve 2,9 mil produtores. E quem busca alternativa como a produção de morango ou ameixa depende de assistência técnica, financiamento e apoio para a comercialização. Ou corre o risco de se decepcionar e acabar concluindo que a fumicultura é a única alternativa, contam os técnicos do Instituto Emater. “Para uma nova cultura se estruturar, é necessário que renda como o tabaco. Precisa ser estruturada desde a correção do solo e ter um mercado acessível”, avalia a extensionista da Emater Nely Chiquetto.

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Com produção organizada – garantindo matéria-prima – e mercado consumidor fiel, ficou mais fácil para a indústria de erva-mate Ideal, instalada em Três Arroios, ao Norte do Rio Grande do Sul, se estruturar. O trabalho do empresário Carlos Ruhmke, um dos investidores, agora é monitorar o mercado para garantir retorno ao investimento de R$ 2 milhões.