Enquanto montanhas de milho são acumuladas a céu aberto pelo interior produtivo do país, a pergunta que fica é: o que fazer com tanto cereal? Se, por um lado, o preço do grão não tem sido dos mais vantajosos para os produtores, por outro, a produção não para de crescer.
A solução passa por fortalecer e ampliar o mercado de carnes, aumentando a fabricação de ração animal, mas, diante de uma safra de quase 100 milhões de toneladas, “apenas” isso não é suficiente. A Empresa de Pesquisa Agropecuária projeta que, em 10 anos, o volume de milho produzido no país deverá, inclusive, superar o de soja. Por que não, então, “imitar” os norte-americanos, tirando também do milho o etanol? Afinal, é ou não viável investir neste tipo de combustível?
Serviço
Promovido pelo Núcleo de Agronegócio Gazeta do Povo com apoio do Sistema Ocepar, o 5º Fórum de Agricultura da América do Sul será realizado nos dias 24 e 25 de agosto no Museu Oscar Niemeyer (MON),em Curitiba (PR). Na página oficial do evento é possível encontrar informações sobre os painéis de debate, além de realizar a inscrição para o Fórum. As vagas são limitadas.
“Até pela necessidade de rotação de cultura entre milho e soja, que é um casamento perfeito, a tendência é de termos uma oferta muito grande de milho pelos próximos anos. Isso impulsiona toda uma indústria de aves e de suínos, além de viabilizar o uso do milho para gerar combustível”, diz Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag).
Carvalho observa ainda que o processo de produção do etanol de milho gera o DDG (grãos secos por destilação, em inglês), uma opção de qualidade para ração animal. “É toda uma nova agregação de valor quando o milho começa a ganhar escala no Brasil. Daqui para frente a produção de milho para etanol e de soja para biodiesel vai deixar as cadeias de grãos e combustíveis cada vez mais interligadas”, acrescenta.
A produção de etanol de milho no país ainda acontece de forma esporádica, em usinas do tipo flex. Uma vantagem estratégica do cereal é a possibilidade de estocagem, o que não acontece com a cana-de-açúcar, que exige processamento em um prazo de 24 horas.
Na análise do presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, o uso do milho para fazer combustível é um caminho interessante para aproveitar os excedentes de produção, ajudando a evitar a pressão dos preços para baixo, “o que sempre é ruim para o produtor”.
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