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Mercado em debate

Cidade amplia dependência da economia rural, mostra abertura do 3° Fórum de Agricultura

Público lotou auditório na abertura do Fórum. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Público lotou auditório na abertura do Fórum. (Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo)

O benefício econômico e social gerado por cadeias produtivas do agronegócio e o papel estratégico para a garantia da segurança alimentar reforçam a relevância do campo para o meio urbano, mostrou a conferência de abertura do 3° Fórum de Agricultura da América do Sul. Os debates foram iniciados nesta manhã e seguem até a sexta-feira (13) no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba.

O gerente do núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo e coordenador do evento, Giovani Ferreira, lembrou que discutir a relação entre campo e cidade é debater o futuro do agronegócio. E os países sul-americanos devem buscar ser coadjuvante nesse processo. “Não podemos ser meros fornecedores. A América do Sul é mais do que isso”, disse.

Nesse cenário, as discussões promovidas durante o Fórum também se tornam referência para o setor público, detalhou Edilson Guimarães, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). “Esse tipo de evento é muito importante para entendermos o que o setor privado e também os demais países pensam sobre o futuro do agronegócio”, disse.

O Secretário Estadual da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, destacou a forte evolução do agronegócio nas últimas décadas, incorporando tecnologia e práticas pioneiras de manejo. O próprio Paraná se converte em um exemplo de como essa transformação se tornou relevante. “Embora tenhamos 400 municípios, 92% deles são rurais. E nesses municípios quase 37% da população é rural”, frisou.

Isso faz com que o meio urbano dependa mais do campo, complementou o diretor do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Orlando Pessuti. “Desde os tempos da faculdade eu já participava de discussões em que ficava claro que a cidade devia olhar de forma mais respeitosa para o campo.”

Modelos como o cooperativismo já comprovam os efeitos dessa aproximação, lembrou João Paulo Koslovski, presidente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). “As cidades que têm cooperativas tem um Índice de Desenvolvimento Humano acima da média, provando que criou-se uma sinergia entre o campo e a cidade. Estamos nas comunidades e queremos desenvolve-las”, detalhou.

Mais do que produzir, deve-se também buscar uma distribuição equilibrada dos alimentos que chegam à cidade, lembrou Lia Paludo, superintendente da Secretaria Municipal do Abastecimento da Prefeitura Municipal de Curitiba. “Curitiba e a região metropolitana respondem hoje por 40% do consumo de alimentos do Paraná. Por outro lado, 53,7% da população dessa região têm problemas de sobrepeso e obesidade”, comparou. “Assim, cabe ao poder público proporcionar o acesso aos alimentos para quem tem dificuldade”, reforçou.

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