Mais do que uma vocação natural, quando assume a liderança na produção e exportação de alguns dos principais produtos do agronegócio mundial, a América do Sul admite e assume uma responsabilidade singular no contexto da oferta e demanda global por alimentos e energia. Soja, milho e café. Carne de boi e de frango. Da proteína animal à vegetal, a participação do bloco sul-americano cresce, se multiplica e oferece garantia ao abastecimento e segurança alimentar.
Mas alimentar o mundo, ou pelo menos boa parte dele, não é nada fácil. Até porque, não foi uma estratégia. Apesar do potencial expressado por países como o Brasil, Argentina e Paraguai, por exemplo, isso simplesmente aconteceu. Ou melhor, está acontecendo. Os desafios são diários. A garantia de abastecimento não significa, necessariamente, liquidez. O que nos remete a questões de rentabilidade e viabilidade econômica do negócio, com reflexos principalmente na base da cadeia.
E talvez esteja aí. Talvez seja este o momento de repensar, planejar e definir uma estratégia não apenas ao crescimento, mas ao desenvolvimento do setor. Bem como da participação da América do Sul nesse contexto. É inevitável que os países sul-americanos continuem a liderar e fortalecer suas posições como grandes e fiéis fornecedores. A diferença é que essa evolução terá de ser feita de forma cada vez mais sustentável, em que planejamento e ação coordenada serão condições ao sucesso da atividade.
É o agronegócio moderno batendo à nossa porta. E junto com ele chega uma nova variável, a informação, tão importante quanto o clima ou o mercado. O que vai fazer a diferença é estar bem informado. Saber o que acontece no mundo e como isso impacta sua atividade. A liderança absoluta não será mais de quem produz ou então vende mais. Mas de quem tem e partilha conhecimento e informação.
Boa leitura! E bom Fórum a todos.Giovani Ferreira, gerente de Agronegócio da Gazeta do Povo e coordenador do Fórum de Agricultura da América do Sul.
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