Primeira edição do Fórum de Agricultura comprovou, em 2013, a pertinência do debate regional. Com 500 participantes, detalhou potencial produtivo sul-americano e antecipou tendências do mercado global
A América do Sul mostrou ao mundo o seu potencial para o agronegócio de forma concisa um ano atrás. O 1.º Fórum de Agricultura da América do Sul atraiu a Foz do Iguaçu 500 participantes de dez países, para discussões que abordaram o crescimento e as perspectivas da produção sul-americana de alimentos. Um ciclo de debates que segue neste ano com a segunda edição do evento.
A efervescência do setor agroindustrial, em expansão contínua ante o crescimento da demanda global por proteína e agroenergia, pautou quatro grandes conferências e 11 painéis em 2013, com 30 palestrantes das Américas, da Europa e da Ásia. Atividades simultâneas, num modelo de evento adotado também neste ano, permitiram aos participantes escolher os assuntos que mais lhe interessam.
Na ocasião, o analista argentino Pablo Adreani destacou que, apesar dos efeitos climáticos e da pressão dos preços, os players agrícolas sul-americanos avançam em produtividade. Nos últimos 18 anos, a produção de soja na América do Sul saltou de 38,4 milhões de toneladas em 1995/96 para 154,9 milhões de toneladas em 2013/14, ou seja, foi mais que quadruplicado.
No setor de carne, o diagnóstico obtido no Fórum foi de que a América do Sul possui uma produção eficiente por conta da tecnologia em genética, nutrição, manejo e sanidade. Porém, é preciso continuar investindo em inovação e produtividade.
Cinco desafios
O 1.º Fórum da Agricultura também identificou cinco grandes desafios do agronegócio sul-americano para a próxima década: integração, tecnologia, sustentabilidade, mercado e logística. A gestão integrada desses desafios promete elevar a competitividade da região.
Apesar da grande disponibilidade de terras agricultáveis e água, a sustentabilidade do agronegócio exige integração e cooperação dos países da América do Sul. Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai, principais produtores da região, constatam a necessidade de ações conjuntas relacionadas ao agro, dentro e fora da porteira. Eas discussões no âmbito do Mercosul mostram-se insuficientes.
O melhor aproveitamento da infraestrutura disponível e dos recursos naturais foi discutido enquanto fator diretamente ligado à ampliação da produtividade em áreas já cultivadas. No caso da soja, o volume colhido por hectare pode ser maior com uso das tecnologias já disponíveis, apontaram os participantes.
O Fórum comprovou que todos os países da região precisam investir em eficiência logística. A rede de portos, estradas, ferrovias e hidrovias deixam a desejar em grandes e pequenos produtores e exportadores, e isso reduz os ganhos da cadeia produtiva. Esse investimentos foram considerados decisivos para que a região continue exportando mais da metade da soja do mundo. Falta definir como a América do Sul vai assumir a ponta das negociações com as nações importadoras e exercer a devida influência na formação das cotações globais das commotidies agrícolas.
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