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O futuro da agricultura está garantido. Segundo Erik Norlan, diretor executivo do Grupo CME, a população mundial vai continuar crescendo e, consequentemente, o consumo de alimentos. Para atender essa demanda, os modelos de gestão e de trabalho dentro e fora da porteira serão cada vez mais informatizados. “Existe uma preocupação em relação ao mercado chinês, sobre o potencial de crescimento nos próximos anos, o endividamento. Mas as empresas não podem olhar apenas para China. Existem outros países, outros mercados emergentes, inclusive os Estados Unidos, que vão manter a demanda por commodities aquecida”, disse Norlan, durante o painel Macroeconomia: as empresas agrícolas na Era da Agricultura Digital, no 4º Fórum de Agricultura da América do Sul, realizado pelo Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo, no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba.

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O analista de Agronegócio no Itaú BBA, Guilherme Melo, disse que as perspectivas para a economia são positivas. “Nós estamos muito próximos do fundo do poço. No entanto, nós tivemos alguma melhora na projeção de PIB. E esperamos um leve crescimento em 2017”, afirmou. Na opinião do analista, mesmo com sinais positivos de retomada, o país ainda precisa se preocupar com questões fiscais e reformas. “Nós próximos cinco anos, nós esperamos um cenário de moeda forte, mercado doméstico aquecido, aumento na demanda por alimentos e o retorno do capital estrangeiro. E um volume maior de negócios com países da Ásia e da África”.

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Outro participante do painel, Antonio Carlos Ortiz, diretor de Clientes Produtores Rurais no Itaú BBA, o cenário atual abre uma janela de oportunidades. “O Brasil precisa ser competitivo. Nos últimos anos, apenas as grandes empresas do setor investiram mais de US$ 7 bilhões em desenvolvimento de tecnologia digital para agricultura. Nos Estados Unidos, das 12 mil patentes registradas no ano passado pelo setor, 4 mil foram nesta linha. No Brasil, já existem 37 startups de agronegócio. O futuro está aí”, garantiu.

No entanto, na opinião de Ortiz, é preciso que aja uma mudança cultural para a agricultura digital vire uma realidade. “A resistência dos produtores ainda é grande quando se trata de tecnologia. A mudança cultural é necessária. A cultura come a estratégia. Se não organizamos a cultura, a estratégia não funciona”.