Diante da retração de 17,4% nas vendas de máquinas agrícolas em 2014 em relação ao exercício anterior – foram 14.476 unidades a menos que em 2013, ou 68.516 no total –, as montadoras esperam ao menos sustentar os últimos índices neste ano. A estimativa vale também para as vendas durante o Show Rural, o primeiro termômetro de 2015 sobre esse mercado.
Os organizadores assumem estimativa de queda de 10% nos negócios a serem gerados na feira. Se for confirmado, o índice reduz o faturamento bruto de R$ 2 bilhões para R$ 1,8 bilhão (considerando contratos assinados e prospecções).
Para Dilvo Grolli, presidente da Coopavel e do Show Rural, a retração “é consequência da situação econômica do país”. Ele observa que, nos últimos dois anos, “houve uma acentuada renovação no parque de máquinas pelos produtores rurais”. As 82.922 unidades vendidas em 2013 representam recorde histórico.
Os produtores estão reduzindo compras, principalmente de máquinas maiores. No balanço de 2014, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) apontou que foram vendidos 55.623 tratores, 14,5% a menos que os 65.089 do ano anterior, e 6.330 colheitadeiras, queda de 25,9% ante o saldo de 8.539 mil de 2013. A base alta de comparação torna esses recuos mais expressivos.
Rebate
A disponibilidade de crédito tende a amortecer o impacto dessa tendência, avalia a indústria. Outro fator que deve ter influência sobre a decisão do produtor em investir em maquinário é o lançamento de modelos que agregam mais tecnologia às máquinas agrícolas.
Segundo Alessandro Maritano, vice-presidente da New Holland para a América Latina, este ano deve se aproximar de 2012 (quando foram vendidas 70,1 mil unidades) e 2014, que são considerados bons para o setor. A expectiva é confirmar esse quadro já no Show Rural. “Devemos manter, em 2015, a posição que temos no mercado nos últimos dez anos, com participação de 31% no setor de colheitadeiras e de 20% em tratores”, acrescenta.
Mirco Romagnoli, vice-presidente da Case IH para a América Latina, não descarta a possibilidade de o mercado ficar “um pouco abaixo” de 2014, dependendo de alguns fatores, como o preço das commodities. “Melhoria geral vai haver no setor sucroenergético, com renovação de frotas e crescimento de mercado para tratores de baixa e média potência”, aponta.
Meio termo
Conforme as previsões das indústrias, o Brasil deve vender entre 68 mil e 70 mil máquinas agrícolas em 2015, marcas atingidas em 2014 e 2012, respectivamente.
Para baixo
A desvalorização das commodities agrícolas no mercado internacional deixa o agronegócio com um pé atrás. Apesar de a alta do dólar amortecer o impacto nos preços em real, os produtores devem registrar margens mais apertadas. Além disso, houve intensa renovação no parque de máquinas nos últimos anos, o que reduz a urgência de novas aquisições.
Para cima
A oferta de crédito – as instituições financeiras informam ter orçamento de sobra para financiar máquinas agrícolas – e as novidades tecnológicas prometem estimular as vendas. A indústria avalia que a expansão da produção exige contínua renovação do maquinário e que ainda há milhares de máquinas com mais de 10 anos no campo.
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68,5 mil máquinas agrícolas foram vendidas no Brasil em 2014, com recuo de 17,4% ante o recorde histórico de 2013. Previsões são de que, em 2015, essa retração seja menor, apesar de um incremento nos negócios estar condicionado à improvável valorização das commodities no mercado global.
10% de queda no faturamento bruto do Show Rural (incluindo negócios fechados e prospecções) são previstos pelos organizadores do evento. Indústria prefere falar em ano parecido com 2014 ou 2012. Para o setor industrial, o alto desempenho de dois anos atrás foi um ponto fora da curva.
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