A ampliação do crédito rural para construção de armazéns obrigou as empresas do setor a reformularem, às pressas, seus planos de investimento. Diante do aumento substancial no número de projetos, as companhias se viram pressionadas pela demanda a investir na ampliação das fábricas e na contratação de funcionários para atender agricultores e cooperativas.
“O aumento [de projetos] foi enorme, tanto que tem empresa que não aceita mais obra porque não vai conseguir atender. Muitos dos nossos associados que antes entregavam [a produção] na cooperativa estão aproveitando a linha de crédito para construir silo na propriedade”, afirma Alcebíades Alves da Cruz, coordenador de recepção e secagem de cereais da Castrolanda, cooperativa de Castro, nos Campos Gerais.
Nos primeiros seis meses do Programa de Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), lançado em julho do ano passado dentro do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2013/14, perto de R$ 2 bilhões em recursos para construção de silos e armazéns foram aprovados. Somente o Banco do Brasil, principal operador do programa, aprovou R$ 1,3 bilhão até o dia 31 de dezembro de 2013.
O produtor Richard Bosmuller é um dos que aproveitou a linha de crédito para financiar R$ 1,5 milhão para construir três silos em propriedades que somam 600 hectares em Castro. A montagem das estruturas, que terão capacidade total para abrigar 2 mil toneladas, começa neste mês e deve ser concluída em 30 dias. “Sempre entreguei na cooperativa, mas a fila estava atrasando muito o serviço. Com meus silos poderei ter um ritmo próprio e otimizar o uso das máquinas”, conta.
De olho no mercado
Puxada pelo crédito extra, a paranaense Granfinale viu os pedidos crescerem 150% após o PCA entrar em vigor. Antes, a empresa realizava, em média, 20 obras por ano, número que saltou para 50. Para dar conta da demanda, a companhia está investindo R$ 3 milhões na ampliação da estrutura física da fábrica e contratação de funcionários. “Mesmo assim, o prazo de entrega da obra aumentou de 70 dias para 120 dias”, ressalta Paulo Bestolini, diretor comercial da Granfinale.
O cenário é semelhante na Kepler Weber, que está investindo em maquinário, melhoria das instalações e ampliação do quadro de funcionários. Apenas nos últimos seis meses, foram 450 novos contratados. “Dá para atender aos pedidos, mas é preciso seguir investindo e contratando”, diz o superintendente comercial da empresa, João Tadeu Franco Vino.
Direita vê ação contra militares como “cortina de fumaça”; governistas associam caso a Bolsonaro
O que diz o relatório da PF que levou à prisão de militares por plano de morte de Lula e Moraes
PF diz que Braga Netto foi peça-chave em suposto plano de golpe de Estado
Quem são os secretários escolhidos por Trump para compor o governo dos EUA a partir de 2025
Deixe sua opinião