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Milho de inverno depende de clima favorável até a colheita. Frio e chuvas representam risco de perdas. | Foto: Jonathan Campos / Gazeta Do Povo
Milho de inverno depende de clima favorável até a colheita. Frio e chuvas representam risco de perdas.| Foto: Foto: Jonathan Campos / Gazeta Do Povo

As vendas antecipadas de soja no Paraná não estão acompanhando a velocidade das máquinas agrícolas que percorrem as lavouras. Cotações abaixo da expectativa de R$ 60 por saca fazem com que parte dos produtores segure o produto apostando na melhora dos preços ao longo da colheita que se estende até abril.

Conforme a França Junior Consul-toria, o Paraná comercializou apenas 16% da soja antes da colheita, que deve chegar a 17,2 milhões de toneladas de soja, de acordo com projeção da Expedição Safra Gazeta do Povo. O índice é sete pontos menor que o do ano anterior (23%) e seis pontos inferior à média das últimas cinco temporadas (22%). Tradicionalmente é a região Oeste (Cascavel e Toledo) que puxa as vendas, junto com Guarapuava.

“As vendas deslancharam um pouco no final do ano passado por conta da melhora do câmbio. Isso trouxe a soja para níveis remuneradores e reanimou os produtores”, contextualiza o consultor Flávio de França Junior. Porém, nem mesmo uma nova alta no dólar deve ser suficiente para destravar as vendas de soja no estado em fevereiro. A safra recorde aliada aos estoques altos não devem permitir que o preço da oleaginosa melhore significativamente.

Paralelamente, a colheita avança para um terço da área plantada. E abre espaço para o plantio de milho de inverno, que, apesar dos contratempos ligados à falta de chuva que se acumulam desde setembro, tende a ocupar área próxima da registrada em 2014, que foi de 1,88 milhão de hectares, conforme o Departamento de Economia Rural (Deral).

Caso os negócios continuem fracos, o Paraná pode enfrentar problemas pontuais com a armazenagem da safra. Atualmente o estado tem capacidade para abrigar 23 milhões de toneladas de grãos, para uma produção anual de grãos que passa de 35 milhões de toneladas. O setor considera que o ideal seria dobrar essa estrutura.

“Além da soja, é preciso considerar que está entrando a safra e milho e existe o saldo de trigo e milho do inverno de 2014. Pode dar alguma embolada, mas nada generalizado”, diz França.

Milho

As vendas antecipadas do milho de inverno ainda não têm índices precisos. Mas, diante de preços próximos de R$ 20 por saca, muitos produtores paranaenses estão preferindo comprometer o cereal do que a soja, em contratos de troca por insumos.

De acordo com a técnica da Secretaria Estadual de Agricultura e Abaste-cimento (Seab) Juliana Yagushi, as cooperativas estimulam negócios, até como forma de incentivar o cultivo, reduzido no verão. “O que está ocorrendo bastante é venda antecipada em troca de insumo, principalmente no Oeste e Norte, grandes polos produtores do cereal”, ressalta Juliana.

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