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Trabalhador colhe alface nos arredores de Dourados, município que registra aumento na demanda por alimentos e estuda a implantação de uma Central de Abastecimento (Ceasa). | Fotos: Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Trabalhador colhe alface nos arredores de Dourados, município que registra aumento na demanda por alimentos e estuda a implantação de uma Central de Abastecimento (Ceasa).| Foto: Fotos: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Onde predomina a agricultura de escala, falta espaço para o produtor familiar. A afirmação não desperta questionamento em regiões dominadas pela soja ou pela bovinocultura. Mas em Mato Grosso do Sul essa regra vai ao chão. O crescimento das cidades–impulsionado pela renda do próprio agronegócio – amplia o mercado de alimentos como hortaliças e legumes. E 83% dos alimentos frescos ainda vêm de estados vizinhos como São Paulo e Paraná, conforme a Central de Abastecimento (Ceasa).

Escala Industrial

Cadeias mais estruturadas que a das hortaliças se verticalizam e dão força à agroindústria sul-mato-grossense.

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A população do estado cresce acima da média nacional há décadas e nos últimos cinco anos avançou 8,24%, a 2,65 milhões. A capital Campo Grande (8,51%) e municípios como Dourados (8,67%) traduzem o impulso da soja e do milho, que saltaram 35% e 140%, para 7 milhões e 9 milhões de toneladas, respectivamente, da colheita de 2010 para a de 2015.

“Temos muito espaço para crescer, principalmente nas hortaliças, que resistem mais que os legumes a temperaturas acima de 30ºC”, disse o presidente da Coop-Grande, Carlos Martelli, à Expedição Agricultura Familiar. Aos 80 anos, a mais antiga cooperativa do estado concorre com redes interestaduais de distribuição para abrir espaço aos produtos dos 180 associados. Além da venda no atacado, atua no varejo, no Mercado do Produtor, somando faturamento de R$ 20 milhões ao ano.

  • Colheita de grãos cresce e estimula cidades.
  • Fecularia da Copasul estimula a produção de mandioca.
  • Luciana e Jair Fiqueiredo: agroindústria em casa.
  • Com trabalho árduo, raiz eleva a receita de pequenas propriedades.
  • Ramão de Oliveira: verduras para três feiras.
  • Mercado do Produtor preserva clientes fiéis.

Para que a produção cresça, bastam investimentos, afirma Ramão de Oliveira, quilombola que cultiva 3 hectares com sua família nos arredores de Dourados. “Para nós, uma estufa custa muito caro, dependemos de apoio.” Ele produz mais de 20 tipos de alimentos para atuar em três feiras por semana. A expectativa é que, com a instalação de uma Central de Abastecimento (Ceasa) em Dourados, haja mais incentivos.

Os produtores Luciana e Jair Figueiredo, uma das 150 famílias do assentamento Lagoa Grande, de Dourados, tiraram R$ 20 mil do bolso para construir uma cozinha industrial que permite transformar leite em doces e triplica o valor do alimento. “Estamos industrializando 20 litros por dia [cerca de 10% da produção das 30 vacas da unidade de 27 hectares], mas a meta é 100%”, afirma Jair.

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