Ituporanga (SC) - Depois de uma semana de viagem pelo Rio Grande do Sul, a Expedição Agricultura Familiar desvenda agora Santa Catarina. Técnicos e jornalistas do projeto do Agronegócio Gazeta do Povo vão mostrar a diversidade e o perfil vertical do setor em solo catarinense.
O roteiro segue de Ituporanga – município do Centro-Leste do estado que é capital nacional da cebola – até Chapecó – capital brasileira da agroindústria, reduto de gigantes como Brasil Foods e da Aurora, situado a Oeste.
O roteiro começou nesta segunda e segue até sexta-feira. Na quinta, às 8 horas, haverá seminário sobre agricultura familiar no auditório da Epagri de Chapecó (Rua Servidão Ferdinando Tusset, sem número, bairro São Cristovão).
Só na cebola, Santa Catarina envolve 6 mil agricultores, que produzem cerca de 500 mil toneladas ao ano (um terço da safra nacional). Uma de cada dez cebolas colhidas no país sai de Ituporanga.
Na fruticultura, São Joaquim – município do Centro-Sul que também será percorrido pela Expedição – produz duas de cada dez maçãs do país. As macieiras do Brasil rendem 1,3 milhão de toneladas e mal passariam de 500 mil se não fossem os pomares catarinenses.
Carnes magras
O estado de Santa Catarina é campeão de carne magra. Indústrias gigantescas de frango e suíno são alimentadas pela agropecuária familiar. Sistema concentrado em Chapecó que se tornou indispensável ao abastecimento.
Na carne suína, 85% da produção abastecem o próprio país, ou seja, apenas 15% são exportados, embora o consumo brasileiro se limite a 15 quilos por habitante ao ano. A suinocultura se aproxima 3,5 milhões de toneladas anuais e a liderança nos abates e nas exportações é de Santa Catarina (27% e 37% do total, respectivamente).
No frango, embora o consumo se mantenha acima de 43 quilos por pessoa ao ano, as exportações correspondem a 32% da produção nacional, que chega a 13 milhões de toneladas ao ano. Com 17% dos abates, Santa Catarina responde por 24,5% dos embarques, atrás apenas do Paraná, mostram os dados oficiais de 2014.
Seminários
O seminário de quinta-feira em Chapecó é o primeiro de seis eventos que vão ocorrer durante a passagem da Expedição em cada estado. Depois de Santa Catarina, o projeto percorre Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Bahia.
Um evento de lançamento, no Rio Grande do Sul, dia 7, também vai abrir debate sobre as tendências da agricultura familiar neste século. O tema será apresentado pelos coordenadores da Expedição.
Representantes da Organização das Nações Unidas para a Alimentação (FAO) e do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) , que apoiam o projeto de sondagem, vão falar das expectativas globais relacionadas à produção brasileira de alimentos e da posição do governo do país diante do potencial e das demandas da agricultura familiar.
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