Derivada da raiz, a fécula de mandioca é o amido separado da massa, que é considerada resíduo e acaba sendo utilizada como adubo das próprias lavouras.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo Em viagem por Mato Grosso do Sul, Expedição Agricultura Familiar acompanhou colheita e produção de fécula.
A produção de mandioca avançou em tecnologia e permite colheita durante todo o ano em Mato Grosso do Sul, mas cotações estão pela metade do ponto de equilíbrio, conforme o setor. O trabalho nas lavouras é pesado e quem colhe recebe R$ 12,5 por saca de 500 quilos. Cada trabalhador enche quatro ou cinco sacas, ou seja, recebe perto de R$ 55 ao dia. O corte da mandioca pode ocorrer no primeiro ou no segundo ano. Os produtores determinam o prazo a partir dos preços, da necessidade de pagar contas e da variedade semeada. A mão de obra para colheita da mandioca está cada vez mais escassa. É disputada por outras indústrias como a da cana-de-açúcar e a da carne de frango, bem como pela construção civil. Família inteira vive da mandiocultura no Mato Grosso do Sul. Patriarca Vanildo Lopes traz até as crianças Davi e Gabrielly para vivência no campo. O plantio da mandioca foi reduzido drasticamente neste ano, devido a uma forte queda nos preços ao produtor. A tonelada vale pouco mais de R$ 100. Já foi cotada a mais de R$ 400 e, para os produtores, deveria estar perto de R$ 200. Produção segue direto do campo para a indústria para o processamento. Os caminhões chegam carregados e são tombados para que as raízes entrem no sistema de processamento. A Copasul investiu em estrutura moderna que exige menos mão de obra e oferece fécula de melhor qualidade para indústria de alimentos e de produtos “técnicos” como colas e gomas. A fecularia da cooperativa Copasul, em Naviraí, emprega 85 pessoas e processa cerca de 450 toneladas de mandioca por dia. Em época de preços baixos, a fecularia da Copasul mantém estoque de 5 mil toneladas. Redução de plantio de mandioca na região ainda não diminuiu ritmo do processamento.