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Costa baiana

Em resgate, a era de glória do cacau

Noel, Ensio e Ailana: produtividade dobrada. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Noel, Ensio e Ailana: produtividade dobrada. (Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo)

O cacau enriqueceu a economia baiana até a década de 1970. Depois, com preços globais achatados e produção aniquilada pela vassoura-de-bruxa, instalou-se crise de décadas. Agora, com produtividade em alta e mais vigor em unidades familiares de cultivo, a atividade se reorganiza na costa do Sul da Bahia.

A renda anual da cultura na Bahia já passou de US$ 1 bilhão só com exportações. Atualmente está na casa de US$ 200 milhões ao ano, dois terços do valor nacional. Promete crescer com mais volume por hectare –mesmo em pequenas propriedades, que predominam na costa cacaueira – e agroindústrias.

“Estamos trabalhando para chegar a 120 arrobas por hectare”, disse à Expedição Agricultura Familiar o produtor Noel Correia dos Santos, que cultiva 3,5 hectares com a esposa Ailana e o filho Ensio. A média nacional é de apenas 25 arrobas/ha e chega-se a 80 entre Ilhéus e Itabuna com novas variedades.

Indústria

Os produtores da nova geração se organizam em associações e cooperativas. O cooperativismo abre as portas à industrialização do cacau. A Coofasulba, criada há uma década para auxiliar 16 assentamentos em assistência técnica e comercialização de cacau, hoje possui fábrica de 1,5 mil quilos de achocolatados e 1,8 mil quilos de misturas à base de milho ao dia.

“Compramos o cacau e ainda temos que terceirizar o processamento [secagem e moagem] para produção das misturas”, afirma o presidente da cooperativa, Erivaldo de Souza. Com mais capital, será possível avançar, aponta. “As máquinas que precisamos para processar o cacau custam R$ 10 milhões. Ainda não temos esse recurso.”

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