Os animais do sítio de seu Dinho, em Piumhi, no Sul de Minas Gerais, estão em crise de identidade. Um bode vigia a casa como um cão de guarda enquanto os cachorros assistem a tudo calados como gatos. Mas a última quem aprontou foi uma galinha choca: ela pensa que é uma cadela e está tomando conta de sete cachorrinhos.
O caso surgiu em meio às entrevistas da Expedição Agricultura Familiar, projeto do Agronegócio Gazeta do Povo que percorre Minas Gerais nesta semana. Técnicos e jornalistas estão na região para documentar as cadeias do queijo e do café.
A galinha não se afasta dos cãezinhos. Isso com permissão da mãe verdadeira, Jade, que não se importa com a companhia da ave nem na hora de amamentar. Cacarejando grosso e senhora de si, estende suas asas sobre os cachorrinhos o tempo todo, formando um tipo de ninhada que ninguém do sítio conhecia.
Pintinho órfão
Seu Dinho, que é produtor de queijo e atende por Hildo Narciso da Silva, tem uma explicação. O problema foi que só um ovo da última ninhada da galinha descascou. E ele achou que não valia a pena deixar a ave cuidando de apenas um pintinho. Então, resolveu vendê-lo na cidade. O órfão deve estar crescendo rápido em outro galinheiro. O que não se previa é que a mãe do pequeno ficaria perdida.
“Quando a gente tira o pintinho, a galinha volta a por ovos mais rápido. Já era para ela ter voltado produzir, mas está demorando demais”, explica o dono do laticínio Queijo Dinho. Se ele conseguir fazer a galinha voltar ao trabalho logo, vai sair ganhando. “Uma dúzia de ovos vale muito mais que um pintinho”, compara.
Já faz duas semanas que a galinha está chocando os sete cachorrinhos de Jade. Os filhotes ainda não têm nomes, mas contam com duas mães desde que nasceram.
Segundo o pessoal do sítio, assim que voltar a por ovos, a galinha vai recuperar seu comportamento padrão. A ave tende a ficar indiferente aos cãezinhos, mesmo que eles queiram brincar com ela.