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MG comanda exportação de café... e segura seu melhor queijo em casa

Mauro, Marco e José Renato, terceira geração no café: estabilidade nos preços anuncia vida longa à cafeicultura mineira. | Fotos: Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Mauro, Marco e José Renato, terceira geração no café: estabilidade nos preços anuncia vida longa à cafeicultura mineira. (Foto: Fotos: Jonathan Campos/Gazeta do Povo)

No café e no leite, não tem estado que supere Minas Gerais no Brasil. Com predominância da agricultura familiar, os mineiros respondem por 50% da produção e 60% da exportação nacional cafeeira (IBGE, 2014) – 15% do café do mundo saem do estado. Líder nacional também na pecuária leiteira, com 27%, Minas reserva para si o privilégio de saborear o queijo mais famoso do país, que carrega o nome da Serra da Canastra. E, em função dessa exclusividade, o produto vem sendo mais valorizado que os perfumados grãos arábicas.

Café com leite turbina agricultura familiar em MG

Liderança mineira nos cafezais e na pecuária leiteira vem de pequenas unidades de produção, mostra Expedição. Diversificação garante cafezinho de qualidade e queijo especial da Serra da Canastra.

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Na última semana de um roteiro de 17 mil quilômetros, a Expedição Agricultura Familiar percorreu os redutos do café e do queijo em Minas. E documentou como o setor vem se superando nesses dois negócios. O estado ganha a dianteira, com volume praticamente duas vezes maior que o da cafeicultura de São Paulo e o da pecuária leiteira do Rio Grande Sul, estados que ocupam a segunda posição nesses setores.

Os irmãos José Renato, Marco e Mauro de Oliveira Borba– terceira geração da família no café, hoje com 14 hectares plantados em Três Pontas –, buscam impulso na safra 2015/16 para reformar um casarão centenário. Os preços acima de R$ 450 a saca representam estabilidade e a colheita promete passar de 400 para 500 scs.

O volume a ser recebido na cooperativa Cocatrel, que cobre 60 municípios do Sul mineiro, deve se aproximar novamente de 1,5 milhão de sacas, disse Francisco Miranda, presidente da empresa. “A produção tende a crescer, nas propriedades maiores e nas pequenas, que fornecem um terço do café que beneficiamos e exportamos”, disse.

Com lavouras entre montanhas e mão de obra escassa, Minas aproveita condições adversas, no café e no leite. Para produção de queijo, transforma ainda a tradição e o conhecimento passado de geração para geração em renda.

Allan da Silva e Valéria de Oliveira, constroem sua família fazendo queijo com receita de seus avós num sítio de 50 hectares em Piumhi. Se vendessem os 200 litros de leite diários receberiam R$ 250. Ao transformar o alimento em 20 quilos de queijo, alcançam R$ 850. “Estamos buscando certificação para vender a outros estados”, relata Valéria, certa de que o mercado de seu queijo é maior do que Minas.

Com um terço das terras da agropecuária, a agricultura familiar representa 80% das unidades rurais de Minas, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As áreas são de 20 hectares em média, o suficiente para esgotar a mão de obra familiar na produção de café ou de leite.

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