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Investimento nas indústrias foi impulsionado por incentivos fiscais ao setor e por crédito barato para expansão de granjas. | Lineu Filho/Gazeta do Povo
Investimento nas indústrias foi impulsionado por incentivos fiscais ao setor e por crédito barato para expansão de granjas.| Foto: Lineu Filho/Gazeta do Povo

A combinação de incentivos fiscais e crédito com juros subsidiados alavanca a expansão da avicultura no Paraná. Com taxas de financiamento convidativas aos investimentos e demanda crescente pela carne de frango, o setor estruturou uma ampliação em cadeia, das granjas a indústria. Só em aviários, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) acumula mais de R$ 1 bilhão em liberações para projetos na última década. Já na ponta da industrialização, o programa Paraná Competitivo garantiu a injeção acima de R$ 340 milhões em projetos desde 2011, quando o programa entrou em vigor.

Investimento na hora certa garantiu permanência no campo

O convênio da integradora com um banco e as baixas taxas de juros praticadas no ano passado convenceram o avicultor Mauro Nicola e seu filho Marcelo Nicola de que valia a pena construir uma nova granja na propriedade de 16,2 hectares em Nova Esperança (Noroeste do Paraná). A nova unidade, com tecnologia de ponta, se juntaria a outros seis barracões

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Até 90% do ICMS devido

pelas empresas pode ter o pagamento adiado por meio do programa Paraná Competitivo. Isenção vale entre dois e oito anos, conforme o projeto.

R$ 1,2 bilhão

em financiamentos direcionados somente para a construção de aviários foram liberados pelo BRDE nos últimos 15 anos. Entidade amplia convênio com empresas refletindo tendência de crescimento do setor.

O quadro ajuda o estado acumular um aumento sequencial nos abates desde 2007, suprindo tanto o apetite doméstico quanto o internacional, apurou a Expedição Avicultura 2015, após roteiro de 1,9 mil quilômetros pelo Norte, Noroeste e Oeste paranaense. Até o ano passado o salto foi de 41,3% no período, quando o setor totalizou 1,5 bilhão de aves industrializadas. “Nossa atividade é a última a entrar em uma crise e a primeira a sair. Isso acontece pois os consumidores podem prescindir de tudo, menos de alimento”, celebra o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins.

Como a produção de mais carne branca exige inicialmente mais ovos e pintainhos para abastecer as granjas, os investimentos são executados em etapas. Esse é o caso da Coopavel, de Cascavel, que pretende realizar até 2016 um aporte total de R$ 90 milhões no segmento avícola, visando elevar o abate diário de 200 mil cabeças para até 300 mil cabeças/dia, conforme relata o presidente do negócio, Dilvo Grolli. A maior parte do investimento (R$ 50 milhões) será aplicada em um novo matrizeiro (viveiros especiais onde se concentram as galinhas poedeiras). “O crescimento ajuda a diluir nossos custos fixos e garante autossuficiência de aves para as granjas”, detalha o dirigente.

Nossa atividade é a última a entrar em uma crise e a primeira a sair. Isso acontece pois os consumidores podem prescindir de tudo, menos de alimento

Domingos Martins, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar)

Nova rota

Para dar sequência a onda de crescimento que embalou o setor nos últimos anos a cadeia produtiva muda as estratégias para garantir matéria-prima. O motivo é a elevação nas taxas médias de juros do Plano Agrícola e Pecuário (PAP), que neste ano retornaram ao patamar de uma década atrás. Depois de cair a 5,5% anuais em 2012/13, os ajustes econômicos conduzidos por Brasília resultaram em uma alta no índice ao patamar de 8,75% ao ano -- mesma média da temporada 2004/05.

“Antes com uma granja paga o produtor conseguia financiar a segunda. Hoje ele precisa ter duas quitadas para financiar a terceira. Já não dá para bancar sozinho o investimento”, avalia o presidente da Associação dos Avicultores do Oeste do Paraná (Aaviopar), Luiz Bernartt. Com custos que podem chegar facilmente a R$ 1 milhão por aviário, muitas empresas optaram por construir novas unidades por conta própria, se tornando donas da unidade ou descontando uma parcela dos criadores a cada lote de aves entregue para o abate.

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