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Expedição Avicultura

Brasil é a terra dos galos gigantes

Darci Severino Tomé e Mara Silvia Duarte, em Aparecida do Rio Doce (GO), têm dois galos da raça Índio Gigante. | JONATHAN CAMPOS/GAZETA DO POVO
Darci Severino Tomé e Mara Silvia Duarte, em Aparecida do Rio Doce (GO), têm dois galos da raça Índio Gigante. (Foto: JONATHAN CAMPOS/GAZETA DO POVO)

Resultado do cruzamento de raças caipiras, o Galo Índio Gigante intimida e assusta pelo tamanho. Rei absoluto do galinheiro, o animal pode atingir até 1,30 m e 9 quilos. As fêmeas desta raça também são grandes. Elas medem, em média, 90 cm.

Em Aparecida do Rio Doce, cidade com menos de 3 mil habitantes, localizada entre Rio Verde e Jataí, no Sul de Goiás, o produtor Darci Severino Tomé conta que se encantou com o Galo Índio Gigante há mais de 20 anos. O estado em que ele mora, aliás, é o berço da raça. “Eu descobri a raça e comecei a vender nas feiras em Rio Verde. Conseguia preços bem melhores”, revela.

Atualmente, o produtor, que conta com a ajuda da esposa, Mara Silvia Duarte, tem dois exemplares da raça Índio Gigante numa serralheria da qual é proprietário. Os galos têm mais de um metro. A altura corresponde a 70% do comprimento do animal, que é medido da ponta da unha até a ponta do bico. “Temos 12 galinhas em fase reprodutiva. No momento estamos com uma produção baixa, de 150 ovos por mês”, afirma.

Segundo Mara Silvia Duarte, o casal tem uma chocadeira em casa. “Não vendemos os ovos, não vale a pena. Não deixamos a galinha chocar por causa do tamanho delas. Apesar de serem aves grandes, os ovos têm tamanhos semelhantes aos produzidos por uma poedeira. E o peso pode danificá-los. Esperamos o animal crescer para vendê-los”, explica.

Depois de quatro meses engordando os animais, Tome vende cada um por R$ 150. “Já enviamos exemplares para Bahia, Mato Grosso, várias partes de Goiás, Minas Gerais e até para o Paraná”, diz. “Meu objetivo é alojar os bichos numa chácara e aumentar a produção. Por enquanto, é quase um hobby”.

Produção nacional

O Galo Índio Gigante é mercado em ascensão. Atualmente existem mais de 10 mil criadores espalhados pelo Brasil, a maioria em Goiás e Minas Gerais, dos mais diferentes portes. Atualmente, o recorde mundial de tamanho pertence ao estado de São Paulo. Em Jaguariúna existe um animal com 1,26 m.

Uma das principais características e vantagens da raça é que ela pode ser criada solta. Aves desta raça também apresentam força e excelente musculatura. No entanto, alguns galos, podem apresentar um pouco de agressividade depois dos primeiros meses de vida, principalmente se for criado com outro macho.

Sobre o sabor da carne, o casal de Aparecida do Rio Doce, diz que é o mesmo de outro frango qualquer. Com uma vantagem: a quantidade. “Uma vez abatemos dois para servir num jantar para 22 pessoas. Sobrou”, lembram.

Segundo a Associação Brasileira dos Criadores do Índio Gigante (Abracig), que tem 50 associados em todo o País, o objetivo de quem adquire o animal pode ser ornamental ou econômico, buscando melhorar o plantel a partir de cruzamentos. Dependendo do tamanho, um galo comercial da raça pode custar entre R$ 1 mil a R$ 4 mil, mas há alguns que atingiram preços de R$ 30 mil. “Queremos passar profissionalismo e confiança ao mercado, com animais de alto padrão genético e com registros para comprovar a origem”, diz presidente da Abracig, Leandro Carvalho.

Compradores de países como França, Estados Unidos e Arábia Saudita já procuraram os animais, mas os trâmites para exportação ainda não estão finalizados.

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