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expedição avicultura

Cortes? Só se for de frango: frigorífico vira fábrica de empregos no Paraná

Em dez anos, o frigorífico quase triplicou de tamanho: passou de menos de mil funcionários, em 2007, para mais de 2,6 mil neste ano. | Albari Rosa/Gazeta do Povo/
Em dez anos, o frigorífico quase triplicou de tamanho: passou de menos de mil funcionários, em 2007, para mais de 2,6 mil neste ano. (Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo/)

Exemplo da força da avicultura para promover o desenvolvimento, a geração de renda e de empregos, a avícola Frangos Pioneiro, do município de Joaquim Távora, no Norte Pioneiro paranaense, quase triplicou de tamanho em menos de uma década. Passou de menos de mil funcionários, em 2007, para mais de 2,6 mil neste ano.

Distribuindo as vagas abertas ao longo do período, chega-se à expressiva média de 160 novos empregos gerados a cada troca de calendário.

A pequena Joaquim Távora, com pouco mais de 10 mil habitantes, não teria como dar conta sozinha da demanda por mão-de-obra criada pelo ritmo de expansão da empresa no abate de frangos, na produção de ração e de embutidos. A saída foi atrair os trabalhadores de 14 municípios vizinhos, em um raio médio de 40 km de distância, que vinham perdendo os empregos pela mecanização das lavouras de cana e de café.

A principal matéria-prima - o frango, claro - é obtida de um entorno ainda maior, 21 municípios, e envolve um sistema integrado com 213 produtores.

Esta ampla área de influência social e econômica da avícola fica visível diariamente, no início dos turnos, quando até 16 ônibus de cidades vizinhas disputam vaga no estacionamento da Frangos Pioneiro. O leva e traz começa às 4 da manhã e termina à meia-noite. Neste curto período, 185 mil frangos são abatidos, processados e embalados. Em junho, os abates chegaram a 4,07 milhões de aves.

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Receita

Antes que alguém se iluda, os fundadores da Frangos Pioneiro lembram que o caminho foi longo e exigiu foco e persistência. Tarcizo Messias dos Santos e Paulo Cesar Massaro Thibes Cordeiro começaram o negócio em 1983, timidamente, vendendo ração para os avicultores, mas já sonhando em construir um abatedouro. Quatro anos depois faziam o primeiro abate, de 200 aves/dia.

Desde então, a empresa se tornou um canteiro de obras permanente. “Isso aqui é igual construção de igreja, nunca para”, brinca Tarcizo. “Nascemos pequenos e, para sobreviver neste mercado altamente competitivo, buscamos trabalhar de forma diferente, não produzindo frango como se fosse commodity, mas focando ao máximo na agregação de valor”, salienta Paulo Cesar.

Para isso, os ouvidos e olhos dos sócios estão sempre voltados à entrega de produtos customizados. Da fábrica de Joaquim Távora saem os filés de frango que abastecem as redes Outback, Habibs e Giraffas, entre outras. Se fosse um abatedouro convencional, a mão de obra poderia ser substituída por máquinas e reduzida em até 40%. Isso, no entanto, significaria o fim do diferencial da empresa. A aposta é num trabalho minucioso, manual, quase artesanal, para chegar a cortes valorizadíssimos pelos japoneses, como o “filé de pescoço de frango”, que pesa apenas 15 gramas; o “yagen”, como os orientais chamam os cortes da cartilagem do peito e da membrana embaixo da sobrecoxa; ou, ainda, o “kakugini”, um mix de carne da coxa e da sobrecoxa cortada em cubos.

“Buscamos lá fora a agregação de valor a produtos que não vendem tão bem no mercado interno. Seja aqui ou no exterior, temos uma relação muito próxima e de confiança com nossos clientes. E o que eles querem, e que nos dá credibilidade, é a segurança alimentar”, afirma Paulo Cesar Cordeiro.

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