A chegada tardia das chuvas está fazendo com que o plantio de soja e milho seja concluído até três semanas mais tarde do que no ano passado, apurou a Expedição Safra, que já percorreu o Sul e o Centro-Oeste e mantém duas equipes em campo, uma no Sudeste e outra no Centro-Norte. Desde que as precipitações se tornaram mais frequentes, na primeira semana de novembro, os trabalhos vêm sendo colocados em dia. No entanto, os relatos ainda são de variações climáticas contrastantes, com acumulados que mal passam de 100 milímetros e em outros casos acima de 200 milímetros.
A safra 2012/13 de verão promete bons frutos no Oeste baiano. Assim como em maior parte do Brasil, o clima virou e a tensão deu lugar ao otimismo na região. Até dois meses atrás, as perspectivas eram de que o fenômeno El Niño trouxesse chuvas demais e produtividades abaixo da média. Hoje a expectativa do campo é outra. Mesmo com um ligeiro atraso no plantio, os produtores não estão preocupados com o clima.
"Se continuar chovendo bem, podemos superar a produtividade do ano passado", diz Vanir Koln, presidente do Sindicato Rural de Luis Eduardo Magalhães. As chuvas demoraram a chegar, mas nas últimas semanas caem acima do normal em todo o Oeste baiano. Em algumas áreas o acumulo de água forma gigantes bolsões de água, que tendem a ser absorvidos pelo solo nos próximos dias, já que a previsão é que as chuvas deem uma trégua à região e os trabalhos de plantio voltem a engrenar.
Segundo a Associação dos Produtores e Irrigantes da Bahia (Aiba), cerca de 40% da área a ser destinada à soja precisam ser semeados. As plantadeiras com sementes de milho já cobriram 60% do terreno e o algodão chega a 25%. "Se os trabalhos forem concluídos até dezembro a cultura terá sido plantada na janela ideal", avalia Ernani Sabai, assessor de agronegócios da entidade. "Estava muito preocupada com o clima, mas agora está tudo bem", confirma Zirlene Zution, de Roda Velha, um distrito pertencente à São Desidério.
A Aiba acredita que, com os investimentos em tecnologia realizados pelos produtores locais, será possível retirar do campo 3,12 mil kg/ha (52 sc/ha), uma média acima das menos de 50 sacas colhidas no ano passado, mas abaixo do recorde atingido em 2010/11, quando a região registrou média de 56 sacas.
O temor é que a variação climática se acentue e ocorram veranicos. A expectativa é de perto de 50 sacas de soja por hectare, mas ainda há muito tempo pela frente, avalia Clênio Alves, de Buritizeiro, Noroeste Minas Gerais. Com 590 hectares de soja e 645 de milho, ele conta que as secas repentinas abatem a produtividade em até 20% na região, como ocorreu um ano atrás, quando suas marcas foram de 33 sacas por hectare de soja e de 143 sacas por hectare de milho.
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