Diretor de pesquisa de soja da Indian Council of Agricultural Research (Icar), uma espécie de Embrapa da Índia, S.K. Srivastava ilustra o potencial da produção de soja no país na linha do tempo. A extensão dedicada à cultura mais que dobrou nos últimos dez anos, enquanto que a produtividade cresceu mais de 50% em apenas cinco anos.

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Apesar dos números relativamente otimistas, ele explica que há um limite. Conforme estudos do instituto de pesquisa há um potencial na Índia para até 18 milhões de hectares, com produtividade média entre 1,8 mil e 2 mil quilos/hectare. O resultado final seria uma produção entre 32,4 milhões e 36 milhões de toneladas.

Os limites estão relacionados às áreas disponíveis, assim como a questões agronômicas, econômicas e sociais. As dificuldades vão do solo de difícil manejo e baixa fertilidade ao tamanho médio das propriedades, onde a baixa escala aumenta os custos de produção. Amar N. Sharmar, pesquisador do Icar, garante que “existe tecnologia na Índia, mas o desafio está em disseminar esse conhecimento, essa informação, devido ao perfil socio, econômico e cultural dos agricultores”.

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Os diretores do Icar também descartaram qualquer possibilidade da introdução de grãos geneticamente modificados (embora o algodão GM já seja uma realidade no país) pelos próximos cinco a dez anos. O entrave não é a biotecnologia, mas questões políticas e econômicas, com impacto burocrático, técnico e de custos, que não seriam acessíveis a pequenos produtores.

Para o gerente de mercado do grupo Ceagro, Marcos Pinto Lima, que acompanhou a viagem da Expedição, “questões culturais e de tradição definem muitos contrastes e dificultam a adoção de novas tecnologias à agricultura indiana”. Por outro lado, também é possível perceber que há imensa dificuldade na transferência da informação e do conhecimento, avalia o técnico. “De qualquer forma, o caminho é de contrastes, mas de oportunidades, à Índia e ao Brasil, e produção, comércio e tecnologia.”