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O lançamento da Expedição Safra 2012/13 reuniu 120 produtores, empresários e lideranças do agronegócio na sede da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), em Goiânia, nesta terça-feira pela manhã, e deu largada aos dois últimos roteiros de viagem da fase plantio, que vai projetar o potencial da soja e do milho nesta temporada. Enquanto o país avança na semeadura prevendo uma supersafra, o setor discute os problemas logísticos relacionados ao aumento da colheita de grãos.

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Apesar do atraso no início do plantio verificado praticamente em todo o país, o potencial ainda é de safra cheia com área ampliada, avaliou o coordenador da Expedição, Giovani Ferreira. "Neste momento, o Brasil tem potencial para 80,98 milhões de toneladas de soja, com aumento de área e incremento em tecnologia." Essa projeção considera uma área de 27 milhões de hectares. Para o milho de verão, o potencial é de 36,69 milhões de toneladas, com 8,1 milhões de hectares em fase final de plantio. As equipes da Expedição já percorreram o Sul do país, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Com esses volumes, a safra nacional de grãos tende a chegar a 185 milhões de toneladas – cerca de 20 milhões a mais do que o volume da temporada passada. "Recompor estoques é o nosso grande desafio neste momento", avaliou. Ele considera que a supersafra de soja esperada na América do Sul não será suficiente para elevar substancialmente a oferta.

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O crescimento da produção de soja vai elevar o volume geral da safra de grãos. "Ano passado colhemos mais de 18,5 milhões de toneladas de grãos e neste ano podemos chegar a 20 milhões", disse José Mário Scheriner, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), em relação ao potencial do estado. Além de exigir mais do sistema de transporte, a safra enfrenta limitações do fornecimento de energia elétrica para os sistemas de irrigação, apontou.

Essa limitação, disse, atrapalha a produção e a própria expansão das lavouras. "Temos 15 milhões de hectares de pastagens e metade está degradada, poderia ser transformada em lavoura. Mas isso incluindo regiões que dependem de irrigação. Não temos energia elétrica suficiente, e sistema de licenciamento ambiental continua muito lento", acrescentou.

Em relação ao transporte, ele acredita numa evolução no médio prazo. "O Brasil precisa de ao menos R$ 150 bilhões para as intervenções necessárias, que deverão vir do governo e da iniciativa privada."

RoteirosA Expedição Safra segue viagem em duas equipes. Uma percorre Goiás, Minas Gerais, Distrito Federal e São Paulo e outra segue para o Bahia, Piauí, Maranhão e Tocantins. Até a próxima semana, técnicos e jornalistas levantarão a situação do plantio nesses sete estados, percorrendo mais de 11 mil quilômetros.

A edição 2012/13 vai até a colheita, com nova rodada de viagens por 13 estados e o Distrito Federal. Serão percorridas ainda as regiões de grãos do Paraguai e da Argentina. A viagem especial desta temporada será para a Índia, para uma avaliação do potencial de consumo do país asiático e de suas relações com o agronegócio brasileiro.

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"Esse estudo da Expedição Safra, de monitorar a produção e discutir os problemas logísticos, é extremamente importante para alimentar o próprio agronegócio de informações em tempo real. Nós temos hoje dados oficiais, mas um levantamento como esse nos ajuda a conhecer dados mais confiáveis e precisos do agronegócio."

José Mário Scheriner, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), referindo-se ao monitoramento da safra por região.

"Esse ano é um ano especial. A agricultura brasileira tem uma responsabilidade enorme para recompor estoques mundiais. O acompanhamento dessa produção pela Expedição vai ajudar a mostrar o andamento da safra."

Paulo Fachin, CEO do grupo Ceagro Los Grobo.