Produtores de algumas regiões de Goiás e Mato Grosso estão se vendo obrigados a replantar lavouras de soja devido à falta de chuvas nos últimos dias, disseram especialistas nesta segunda-feira (5).

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Precipitações previstas para esta semana, no entanto, devem aliviar o problema do período seco no Centro-Oeste, principal região produtora da oleaginosa no país, ajudando também a retomada do plantio, que está atrasado.

Em sua pesquisa semanal sobre o plantio, a Agência Rural detectou necessidade de replantar a soja no sudoeste de Goiás, na região de Rio Verde, e no oeste de Mato Grosso, na região de Sapezal.

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"Em algumas áreas de Goiás, parece ser extenso (o replantio)", disse nesta segunda-feira Daniele Siqueira, analista da AgRural.

"Mensurar o tamanho da área e o percentual que precisará ser replantado é praticamente impossível neste momento", ressaltou ela.

A Federação de Agricultura de Goiás confirma que houve replantio.

"Alguns casos pontuais tiveram, realmente, que fazer o replantio... Aconteceu não só em Rio Verde, mas em todo o sudoeste do Estado, que é a região que planta primeiro em Goiás", disse à Reuters Leonardo Machado, assessor técnico da Faeg.

Logo após o fim do vazio sanitário (período com proibição do plantio), com as primeiras chuvas, muitos produtores já começam a semear, disse ele.

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No entanto, em alguns casos a soja não germinou. "A semente praticamente cozinhou", afirmou.

Em outros casos, houve germinação, mas posteriormente faltou umidade para o desenvolvimento das plantas.

Num processo normal, o custo de plantio é de R$ 300 por hectare, ou 20% dos custos totais, calcula a Faeg.

Com o replantio, o custo pode subir em R$ 100 por hectares, com novas sementes, e novo emprego de mão-de-obra e maquinário, por exemplo.

Oeste de Mato Grosso

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A Aprosoja-MT, associação que reúne os produtores de Mato Grosso, recebeu relatos de lavouras no oeste do estado onde há necessidade de replantar a soja.

"A gente está bem atrasado com o plantio em virtude disso", afirma Alex Utida, vice-presidente da Aprosoja na região oeste, falando à Reuters direto da cidade de Campo Novo do Parecis.

Até quinta-feira passada, os produtores de Mato Grosso tinham plantado 60% da área projetada, contra 75% na mesma época de 2011, de acordo com levantamento realizado pela AgRural. No Brasil, 40% da área estava semeada, ante 52% há um ano e 43% na média de cinco anos.

Utida diz que os problemas foram registrados também em Sapezal e Diamantino.

"Tivemos problemas pontuais, mas sérios com relação ao plantio", disse ele. "Em alguns locais... perdemos as sementes e está tendo que ser replantado agora."

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Retorno das chuvas

Por outro lado, produtores do Centro-Oeste respiram aliviados com o retorno das chuvas nesta semana.

A previsão da Somar Meteorologia divulgada nesta segunda-feira aponta pelo menos pancadas de chuva em todos os dias da semana, tanto no norte quanto no sul de Mato Grosso e também em Goiás.

Os especialistas dizem que a falta de chuvas no fim de outubro não deve atrapalhar o resultado da safra de soja, uma vez que a janela de plantio é adequada até o fim de novembro.

Na região de Rio Verde, por exemplo, houve boas chuvas neste fim de semana. "O pessoal já está no campo", disse Machado, da Faeg.

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A preocupação, no entanto, fica com a chamada "safrinha" de milho, que é semeada logo após a colheita da soja, no Centro-Oeste, e meses antes do fim do período de chuvas.

"Goiás e algumas áreas de MT estão tão atrasadas que a janela do milho fica muito curta para ele (milho) ser plantado depois. Talvez eles até plantem, mas com muito mais risco, porque a chuva para em março ou abril e já não haverá umidade para o milho se desenvolver", ressaltou Daniele, da AgRural.

Segundo Utida, da Aprosoja, também é grande risco para a safra de algodão, que em Mato Grosso, é geralmente plantada em janeiro.

"A gente perdeu essa janela de janeiro", disse ele. "A área de algodão e de milho segunda safra vai cair bastante."

As principais consultorias do país apontam um atraso no ritmo de plantio da soja este ano, na comparação com 2011.

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Por outro lado, as expectativas de uma boa colheita estão mantidas. O governo federal, em sua última projeção, disse que a safra 2012/13 deverá ficar entre 80 milhões e 82,8 milhões de toneladas. Se o número se confirmar, o Brasil pode ultrapassar os EUA, líderes no ranking de produção, pela primeira vez na história.