O atraso no plantio de verão deve tirar terreno do milho de inverno em Mato Grosso. O estado, que lidera o ranking brasileiro de produção da segunda safra do cereal, está revendo seus planos no momento em que a colheita é atrapalhada por chuvas constantes. Após rodar todos os polos de produção mato-grossenses nas últimas semanas, a Expedição Safra Gazeta do Povo concluiu que pode haver novos ajustes, e provavelmente para baixo, nas projeções locais de produção de milho safrinha. “Se perdermos a janela ideal de plantio de segunda safra corremos grande risco de ter produtividade baixa. E essa janela ideal vai até o final de fevereiro”, lembra Daniel Latorraca, gestor do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). Ele reconhece que a área a ser ocupada pelo milho pode ser reduzida novamente. Em dezembro, o Imea já havia cortado 100 mil hectares de sua estimativa.
A diminuição das apostas na produção de inverno é confirmada de Norte a Sul de Mato Grosso. No Nordeste do estado, a região mais promissora para o cultivo de segunda safra, a área tende a continuar crescendo, porém, menos do que se esperava inicialmente. “Eu ia plantar 150 hectares, mas agora decidi que serão 100 hectares apenas. No ano passado, plantei 300 hectares”, revela Mauro Paulo, de Canarana. Ao participar da primeira etapa do Rally Ceagro/Expedição Safra, ele disse estar preocupado com o volume de água que cai sobre a região. “Faltou chuva no começo e agora está sobrando”, resume. “Poderíamos plantar muito mais [ safrinha] se não houvesse atraso no plantio [de verão]”, acrescenta Antônio Campli Neto, gerente da Ceagro em Mato Grosso.
É certo também que o clima não deve fazer a produção do cereal de inverno superar ou igualar os números do ano passado. O ciclo 2011/12 fica na memória do setor como um ano atípico, de alta produtividade e chuvas bem dosadas. Segundo o indicador da Expedição Safra, 12,4 milhões de toneladas foram retirados dos campos mato-grossenses no inverno anterior.
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