O clima é motivo de expectativa em toda a região de Cruz Alta a Passo Fundo, percorrida desde ontem pela Expedição Safra. Depois de um ano de quebra, que reduziu a produtividade de muitas áreas a 20 sacas por hectare -- um terço do esperado --, os agricultores começam a contabilizar perdas. As lavouras estão sem chuvas expressivas desde 3 de janeiro. E as previsões só mostram mudança no tempo no próximo fim de semana.
Como estão com pouca umidade, mais uma semana de seca representa quebra de até cinco sacas por hectare, afirma o agricultor Sidnei Langaro, de Passo Fundo. Numa área de 3 mil, ele espera 55 sacas por hectare.
Nos 41 mil hectares da cooperativa Cotribá, de Ibirubá, a previsão é que a produtividade seja de 50 sacas por hectare em média, ainda assim, o dobro da marca do ano passado. As lavouras estão sofrendo, mais ainda preservam bom potencial, avaliou o agrônomo Vinícius Floss.
As lavouras estão bem vigorosas e bem cuidadas sanitariamente, avaliou o agrônomo Alexandre Sicchieri, da UPL, que acompanha a Expedição. O fato de as plantas terem recebido boas chuvas na fase vegetativa, no entanto, fez com que as raízes ficassem mais superficiais. "Isso torna as plantações mais suscetíveis à seca."
Os produtores estão investindo mais em insumos e maquinário, observa o agrônomo José Hess, da Federação da Agricultura do Paraná (Faep). Mesmo depois de um ano de quebra, "o produtor aplicou mais adubo e calcário, e isso aumenta a resistência das plantas", disse.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais indica que a probabilidade de chuva é de 80% para sábado e domingo. A equipe da Expedição Safra que faz o circuito Sul (que inclui MS, PR e SC) continua no Rio Grande do Sul. Nos próximos dias, serão visitados campos catarinenses e paranaenses.