A colheita passa de um terço dos 19 milhões de hectares plantados com soja na Argentina num momento em que as máquinas começam a entrar nas lavouras da segunda safra (plantada dois meses após a primeira). Estas áreas devem reduzir a produtividade média do país, mas menos do que se temia, conforme técnicos e produtores. A Expedição Safra encontrou lavouras da segunda safra que estão rendendo mais de 4 mil quilos por hectare em Córdoba e Santa Fé e áreas de 2,5 mil quilos em Buenos Aires. Na primeira safra, a produtividade média do país deve superar os 3,5 mil quilos por hectare.

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Com o bom desempenho da soja tardia, as projeções locais mais pessimistas, de que a safra renderia 48 milhões de toneladas, passam por revisão. Por outro lado, a estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o Usda, que mantém projeção de 51,5 milhões de toneladas, é considerada elevada por produtores e especialistas.

A colheita avança 10 pontos porcentuais por semana e deixa para trás as perdas de 2011/12, estimadas entre 7 milhões e 10 milhões de toneladas de soja e em 5 milhões de toneladas de milho. O mercado e as condições climáticas são favoráveis, mas a política agrícola de Buenos Aires, com retenções de até 35% da receita das exportações de grãos in natura e controle sobre o destino da colheita, travam esse crescimento, critica o produtor Juan Delfabro, que planta 550 hectares de soja e 80 hectares de milho em Rafaela (província de Santa Fé). “Só vale a pena produzir quando se tem estrutura e terra. Plantar com áreas arrendadas se tornou uma operação de risco”, relata.

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