Outra estratégia adotada pelos agricultores do Oeste baiano é plantar soja debaixo de pivôs de irrigação. Com isso, os rendimentos da cultura tendem a ultrapassar a média da região. O Sindicato Rural de Luis Eduardo Magalhães espera que a produtividade da oleaginosa alcance 50 sacas por hectare, em média. Numa área irrigada, esse volume chega a 80 sacas.
O agricultor Ricardo Basso espera colher de 10 sacas a 30 sacas por hectare a mais em 800 hectares plantados em talhões com irrigação artificial. Esse é o primeiro ano que ele cultiva a oleaginosa sob os pivôs. Quando há chuva suficiente, o sistema fica desativado.
Na fazenda de Basso, a oleaginosa deu um salto de 1,6 mil hectares no último ano. "Aumentamos área todos os anos, mas em torno de 400 hectares por safra. Quando chegar na reserva, vamos partir para outras regiões", planeja ele, que vendeu toda a produção da última safra a R$ 81 por saca, o pico do ano.
O que move os pivôs para a soja no Oeste baiano é perspectiva de comercialização a preços médios superiores aos do ano passado. Enquanto os rendimentos do feijão ficam entre 45 sacas e 60 sacas por hectare e os preços oscilam entre R$ 80 e R$ 200 por saca, a soja se mantém em patamares acima de R$ 50 por saca na região.
O custo do sistema de irrigação varia bastante, dependendo da distância da fonte de água e do tamanho do círculo a ser coberto. Os produtores falam em despesas que variam de R$ 4 mil a R$ 8 mil por hectare e investem até R$ 1 milhão num único sistema, com ajuda de financiamentos.