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Expedição Safra 2012-2013

Soja ainda surpreende pecuaristas no Arenito

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Para todos os lados que se olha, a cana-de-açúcar e as pastagens predominam em Cidade Gaúcha, no Noroeste do Paraná. As terras da região são arenosas e retêm pouca água e, assim, sempre foram consideradas pouco produtivas para os grãos. Mas a produtividade do Arenito Caiuá pode atingir marcas de regiões agrícolas tidas como referência em fertilidade e tecnologia. A prova vem da fazenda 2E, comandada pelo zootecnista Luiz Fernando Ehlers. Usando o quadro Sugira um Destino (aberto no site www.agrogp.com.br), ele chamou a Expedição Safra para mostrar como está conseguindo fazer a soja render mais de 70 vagens por pé, com potencial para 3,4 mil quilos por hectare.

Os 290 hectares da família eram usados para criação de gado nelore e angus até que, em fevereiro de 2012, Ehlers passou a apostar na integração lavoura-pecuária. A concentração de dois bovinos por hectare não era suficiente para garantir boa rentabilidade à fazenda e os pastos precisavam de renovação. Ele retirou os animais de 65 hectares e, três meses depois, em maio, dessecou a área para investir na soja. Em agosto, dois meses antes do plantio, encerrado em 28 de outubro, teve de fazer uma segunda dessecação. O vigor atual da lavoura, com volume de chuva normal para a região, surpreendeu o agora agropecuarista. ”Se soubesse, teria começado antes”, comemora, decidido a dobrar a área da soja em 2013/14.

O agrônomo Valdecir Messias, da cooperativa Cocamar, avalia que a fazenda 2E vem apresentando resultado favorável porque Ehlers deu o tempo necessário para o acúmulo de palhada. “É preciso preparar o solo com boa antecedência. Não adiantaria dessecar a pastagem às vésperas do plantio, como muitos fazem.” O uso de 290 quilos de adubo por hectare proporcionou os nutrientes que as plantas precisam e deve garantir, de quebra, boa pastagem no inverno. Houve aplicação de 825 quilos de calcário por hectare.

O rendimento da pecuária deve se tornar mais competitivo. “Capim novo é outra coisa”, afirma Ehlers. E, ao contrário do que pode parecer, “o foco da integração não é ampliar a produção de soja, mas resgatar o pecuarista”, acrescenta Messias. Ele afirma que a expansão da oleaginosa não significa, necessariamente, que haverá redução no rebanho bovino, mas sim a concentração de um número maior de cabeças por hectare, mudança considerada necessária para melhorar a margem de lucro do negócio.

Não existe estimativa oficial sobre a expansão do sistema de integração lavoura-pecuária no Arenito Caiuá, mas as áreas que usam essa tecnologia ainda são minoria. A expectativa dos técnicos é que, para cada experiência como a de Ehlers, pelo menos outros cinco produtores usem o sistema na safra seguinte. Os pecuaristas e agricultores interessados que precisam de orientação técnica devem entrar em contato com cooperativas e instituições como Emater e Iapar.

Na estrada

O roteiro do circuito Sul segue até o final da semana no Paraná e inclui um encontro com jornalistas, técnicos e produtores na Fazenda Marcolin, de propriedade de Ari Marcolin. O bate papo ocorre hoje em Catanduvas, próximo a Cascavel.

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