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Expedição Safra 2012-2013

Tocantins busca tecnologia para ampliar produção

Com poucos opções de sementes adaptadas ao clima e ao solo do Cerrado tocantinense, colheita estadual fica concentrada no verão

Paranaense Cornélio Dijkstra, que há sete anos planta em Tocantins, abre as portas da fazenda para empresas testarem novas variedades de sementes. | Marcelo Andrade / Gazeta Do Povo
Paranaense Cornélio Dijkstra, que há sete anos planta em Tocantins, abre as portas da fazenda para empresas testarem novas variedades de sementes. (Foto: Marcelo Andrade / Gazeta Do Povo)

No Tocantins, a produção cresce sem o respaldo da pesquisa. Ao visitar os principais polos agrícolas do estado na última semana, a Expedição Safra Gazeta do Povo constatou que, ao contrário do que ocorre no Sul e em parte do Centro-Oeste, os produtores ainda não conseguem fazer duas safras por ano, por falta de sementes apropriadas. Ou seja, a colheita fica cada vez mais volumosa e concentrada no verão.

“Os produtores estão carentes de novos materiais. Até pouco tempo atrás, tínhamos de 15 a 20 tipos de sementes em experimento no campo. Hoje, o número está restrito a seis”, revela o agrônomo Edimar Virgílio de Paiva, consultor técnicos com atuação no Tocantins e Pará. Das seis variedades mais usadas, apenas uma é convencional, conforme Paiva. A tecnologia livre de transgenia se sustenta no potencial de expansão das lavouras. “Em áreas novas, é recomendado usar convencional no primeiro ano”, explica.

Tocantins é hoje um dos estados com maior disponibilidade de terras agricultáveis no Norte brasileiro. Com 1,3 milhão de hectares plantados, tem condições de ampliar o cultivo para 3 milhões de hectares nos próximos anos, conforme projeções oficiais.

O agricultor paranaense Cornélio Dijkstra, que migrou para o município de Cariri (Sul do Tocantins) há sete anos, tem ampliado suas apostas na soja e no desenvolvimento sustentável da atividade. Na última safra, ele dedicou parte de área para testar novas tecnologias e, na semana passada, abriu as porteiras para mostrar a mais de 120 agricultores vizinhos os resultados dos experimentos.

A fazenda Renascer foi ponto de parada da terceira etapa do Rally Ceagro / Expedição Safra, um dia de campo voltado a troca de informações e de experiências. “O setor precisa renovar os materiais mais produtivos para o Tocantins. A região se assemelha à Bahia, Mato Grosso e Maranhão, mas temos um clima diferente”, compara. Depois de receber o evento técnico, Dijkstra diz que pretende colocar os estudantes da Universidade Federal do Tocantins (UFT) dentro de sua fazenda para estudar novas tecnologias.

A visão e iniciativa do produtor se refletem na lavoura. Apesar dos altos e baixos do clima, o paranaense está prestes a retirar do campo uma produção superior à do ano passado. Pretende colher entre 56 sacas e 58 sacas de soja por hectare nesta temporada, contra média de 46 sacas no ciclo anterior. “E acho que a gente pode passar das 70 sacas facilmente”, afirma ele, que ampliou de 730 hectares para 850 hectares o terreno destinado à soja nesta safra.

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