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Paranaense Cornélio Dijkstra, que há sete anos planta em Tocantins, abre as portas da fazenda para empresas testarem novas variedades de sementes. | Marcelo Andrade / Gazeta Do Povo
Paranaense Cornélio Dijkstra, que há sete anos planta em Tocantins, abre as portas da fazenda para empresas testarem novas variedades de sementes.| Foto: Marcelo Andrade / Gazeta Do Povo

No Tocantins, a produção cresce sem o respaldo da pesquisa. Ao visitar os principais polos agrícolas do estado na última semana, a Expedição Safra Gazeta do Povo constatou que, ao contrário do que ocorre no Sul e em parte do Centro-Oeste, os produtores ainda não conseguem fazer duas safras por ano, por falta de sementes apropriadas. Ou seja, a colheita fica cada vez mais volumosa e concentrada no verão.

“Os produtores estão carentes de novos materiais. Até pouco tempo atrás, tínhamos de 15 a 20 tipos de sementes em experimento no campo. Hoje, o número está restrito a seis”, revela o agrônomo Edimar Virgílio de Paiva, consultor técnicos com atuação no Tocantins e Pará. Das seis variedades mais usadas, apenas uma é convencional, conforme Paiva. A tecnologia livre de transgenia se sustenta no potencial de expansão das lavouras. “Em áreas novas, é recomendado usar convencional no primeiro ano”, explica.

Tocantins é hoje um dos estados com maior disponibilidade de terras agricultáveis no Norte brasileiro. Com 1,3 milhão de hectares plantados, tem condições de ampliar o cultivo para 3 milhões de hectares nos próximos anos, conforme projeções oficiais.

O agricultor paranaense Cornélio Dijkstra, que migrou para o município de Cariri (Sul do Tocantins) há sete anos, tem ampliado suas apostas na soja e no desenvolvimento sustentável da atividade. Na última safra, ele dedicou parte de área para testar novas tecnologias e, na semana passada, abriu as porteiras para mostrar a mais de 120 agricultores vizinhos os resultados dos experimentos.

A fazenda Renascer foi ponto de parada da terceira etapa do Rally Ceagro / Expedição Safra, um dia de campo voltado a troca de informações e de experiências. “O setor precisa renovar os materiais mais produtivos para o Tocantins. A região se assemelha à Bahia, Mato Grosso e Maranhão, mas temos um clima diferente”, compara. Depois de receber o evento técnico, Dijkstra diz que pretende colocar os estudantes da Universidade Federal do Tocantins (UFT) dentro de sua fazenda para estudar novas tecnologias.

A visão e iniciativa do produtor se refletem na lavoura. Apesar dos altos e baixos do clima, o paranaense está prestes a retirar do campo uma produção superior à do ano passado. Pretende colher entre 56 sacas e 58 sacas de soja por hectare nesta temporada, contra média de 46 sacas no ciclo anterior. “E acho que a gente pode passar das 70 sacas facilmente”, afirma ele, que ampliou de 730 hectares para 850 hectares o terreno destinado à soja nesta safra.

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